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HOME > notícias > CIÊNCIA E SAÚDE

Brasileiros identificam bactérias que facilitam diagnóstico de câncer intestinal

Estudo feito em parceira com universidade italiana mostrou diferenças entre organismos encontrados em pessoas saudáveis e com câncer

Pesquisadores brasileiros conseguiram identificar bactérias que podem ser usadas como marcadores no diagnóstico do câncer de intestino, o terceiro mais comum no mundo e no Brasil. A descoberta pode ajudar a identificar mais facilmente indivíduos com este tipo de câncer e contribuir para um diagnóstico precoce da doença.

Em um estudo feito em parceria com a Universidade de Trento, na Itália, pesquisadores do hospital A.C Camargo e da Universidade de São Paulo identificaram 16 micro-organismos diferentes presentes no intestino de pessoas com câncer intestinal. A presença destes micro-organismos não foi encontrada em indivíduos saudáveis.

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O câncer de estômago pode ser causado por uma única espécie bacteriana (H. pylori), mas o papel que os micróbios da flora intestinal desempenham no desenvolvimento do câncer de intestino não era claro.

A flora intestinal ou fecal- também conhecida como microbiota intestinal ou fecal- é o grupo de bactérias que vive no intestino, auxiliando em vários processos, como a digestão de alimentos e monitorando o desenvolvimento de micro-organismos que causam doenças.

O biólogo Andrew Thomas, um dos principais autores do estudo, explica que não é possível afirmar com o estudo que uma bactéria específica cause o câncer intestinal, mas algumas dietas podem estar associadas ao desenvolvimento da doença.

"Um dos achados do nosso estudo foi o aumento de uma enzima microbiana que degrada a colina em pacientes com câncer intestinal. A colina é um nutriente presente na dieta (em carne vermelha e ovos), que ao ser degradada libera acetaldeído, um composto altamente carcinogênico, e trimetil-amina (TMA), que já foi fortemente associado a doenças cardiovasculares como a aterosclerose", explica.

Ainda segundo o biólogo, o alto consumo de carne vermelha já foi associado a um maior risco de câncer colorretal, e o estudo atual abre um caminho para que essa interligação entre dieta, microbiota e o câncer colorretal seja estudada.

"Esse estudo mostra que a microbiota de fezes é um indicador forte para a presença do câncer colorretal, independentemente da população sendo estudada ou da dieta das pessoas. Com isso, poderemos empregar testes que utilizam a microbiota fecal em conjunto com o teste do sangue oculto (feito para verificar a presença de sangue nas fezes) para obter detecções mais sensíveis e específicas, inclusive nos estágios iniciais da doença", diz Thomas.

O estudo foi publicado nesta segunda-feira (1º) na publicação científica "Nature".

O estudo

Para o estudo, os pesquisadores analisaram material genético em amostras extraídas das fezes de 969 pessoas com e sem câncer. Foram usadas amostras de populações da Alemanha, França, Itália, China, Japão, Canadá e Estados Unidos.

Segundo o estudo, a identificação destes micro-organismos com dados de diferentes regiões do mundo pode funcionar como uma base de dados heterogêneos e importante para o diagnóstico e tratamento dos pacientes com câncer.

Além disso, pacientes que sofrem com doença de Crohn e retocolite ulcerativa também se beneficiariam, já que ambas não têm cura, mas podem ser controladas a partir de um diagnóstico precoce.

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