A homeopatia é uma prática muito controversa e não é aceita por toda a comunidade científica. Muitos pesquisadores afirmam de que se trata de uma pseudociência e que ela não possui embasamento teórico que a sustente. Esta é, por exemplo, a opinião do professor livre-docente pela USP, doutor em genética molecular pela Universidade de Tel Aviv, Beny Spira, em entrevista ao Jornal da USP.
Segundo o especialista, a homeopatia é "errada, arcaica e perigosa", pois o seus princípios se baseiam em duas premissas falsas: o princípio dos similares, ou seja, similar cura similar (uma enfermidade pode ser curada com alguma substância que cause os sintomas), e a lei dos infinitesimais, que diz que quanto maior a diluição de um medicamento, maior sua capacidade de cura.
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"A grande maioria dos estudos clínicos devidamente bem conduzidos revelou que o tratamento homeopático equivale ao tratamento com placebo, ou seja, não foi detectado nenhum efeito curativo significativo de qualquer composto homeopático a não ser aquele causado por autossugestão", afirma Beny. O especialista critica ainda o fato de a homeopatia não evoluir desde sua criação, no século XIX, o que a torna inválida, pois a medicina evolui todos os dias, com a publicação de milhares de artigos, todos os dias. Por fim, ele acrescenta que a prática pode ser muito perigosa, pois doenças potencialmente debilitantes ou fatais, que possuem tratamento na medicina convencional, podem ser tratadas com remédios que possuem efeito placebo. "Para doenças benignas ou de baixa gravidade, o tratamento homeopático não causará dano maior; mas, se a enfermidade for grave, o resultado poderá ser fatal", finaliza.