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'Tô com medo', diz professor morto por suspeita de envenenamento no DF

Odailton Charles Albuquerque Silva, de 50 anos, morreu na terça (4). Áudios foram gravados enquanto ele passava mal, após tomar suco de uva na escola.

Antes de morrer, o professor Odailton Charles Albuquerque Silva, de 50 anos, levantou a suspeita de que pudesse ter sido envenenado por uma colega do Centro de Ensino Fundamental 410 da Asa Norte, escola onde trabalhava em Brasília. Em áudios enviados a amigos enquanto passava mal (ouça acima), ele afirma estar receoso e faz acusações.

"Tô com medo", diz em um trecho. Em outro, afirma: "Eu tomei um negócio e estou passando mal mesmo. Será que essa desgraçada me envenenou, rapaz?".

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O professor morreu na terça-feira (4), após cinco dias internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ele passou mal na escola, após tomar um suco que teria sido oferecido pela colega.

A família registrou uma ocorrência por homicídio e acredita que ele foi envenenado.

Os áudios

Enquanto passava mal, Odailton enviou os áudios a dois amigos. O material foi entregue à polícia e obtido pela reportagem. Em uma das gravações, ele afirma que o mal estar é forte e acusa a colega que teria oferecido o suco de colocar um purgante na bebida.

Veja transcrição:

"Não é brincadeira não. Eu tomei um negócio e estou passando mal mesmo. Será que essa desgraçada me envenenou, rapaz? Ela esperou sair todo mundo para almoçar. P*.

Nossa, sinceramente, eu tô até com medo de ligar para a minha mulher e deixar ela apavorada, coitada. Sei lá. Tô passando mal mesmo. Ela botou algum purgante aqui, algum purgante."

Em um outro áudio, ele detalha desavenças com a colega e reforça a suspeita de envenenamento. Ao fim, no entanto, diz que "não deve ser nada" e que o mal estar deve ser por conta dos remédios que ele tomava.

Leia a transcrição:

"Minha amiga, eu tô te mandando a mensagem porque tu demora a atender. Aí eu fico agoniado. Eu cheguei aqui, a mulher com uma cara feia da p* para mim. Os quadros que eu tinha deixado já tavam tudo empilhado para eu carregar. Minha folha de ponto para assinar. Quase que ela não deixa eu entrar na escola.

Aí depois ela viu que eu estava de boa e tal, não sei o quê. Mas a mulher com ódio, ódio, ódio nos olhos, né? Aí eu fui, aí ela me chamou na salinha ali para assinar a folha de ponto. Aí quando eu fui ver ainda me deu uma garrafinha de suco de uva. Tomei até um susto. Uma garrafinha dessas, né... Aí eu falei: ?Não vou tratar mal, né? Não vou ser deselegante não?. Eu fiquei meio receoso, mas aí fui e tomei.

Eu não sei...agora, já tem uns 15 minutos. Agora, tá me dando uma dor de barriga desgraçada. Será se essa p* botou algum laxante para me sacanear? Botou alguma coisa dentro dessa p* desse suco de uva. Porque não é possível a dor na barriga que eu tô.

Eu hein, tô grilado agora, agora eu tô grilado. A mulher me olha de cara feia. Aí depois que o pessoal sai todo de perto, que ela me põe ali naquela salinha, que era do Bira, para assinar a folha, e me vem com uma garrafinha de suco de uva e me dá.

Sei lá, agora eu tô com o estômago aqui f*, doendo. Não sei que p* é essa. Tô com medo vou até ligar para a minha mulher. Mas vamos esperar, não deve ser nada não, deve ser dos meus remédios. Vai dar tudo certo. Ai, não é possível que ela tenha a coragem. Ah meu pai do céu."

Suspeita de envenenamento

O caso ocorreu no dia 30 de janeiro, no CEF 410 da Asa Norte. Até o ano passado, Odailton era o diretor da escola pública, mas saiu do cargo após perder uma eleição.

Depois de passar mal, o professor foi socorrido e levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hran. Segundo a ocorrência, a mulher de Odailton disse que, ao chegar no hospital, o marido estava em uma maca tremendo muito e inconsciente. O quadro do professor se agravou até a morte na terça.

O corpo dele foi velado na manhã desta quinta-feira (6) e o enterrado durante a tarde.

Investigações

A Polícia Civil aguarda o resultado de exames para definir que tipo de substância o professor pode ter ingerido, e se houve envenenamento. Os investigadores também começaram a ouvir os funcionários da escola.

De acordo com o delegado Laércio Rossetto, "os depoimentos são contraditórios". Na quarta-feira (5), peritos foram até o colégio, que não possui câmeras de segurança. Rossetto explicou que a polícia fez um croqui do local para tentar entender o que aconteceu.

"O croqui é tipo um mapa. Quero estabelecer a dinâmica, os cômodos, a circulação dele [professor] lá. Por onde transitou, com quem ele falou."

A Secretaria de Educação do DF afirmou que vai "instaurar uma sindicância para apurar o caso". A pasta explica que a apuração levará em consideração as conclusões do inquérito policial.

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