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Superlotado, abrigo de venezuelanos é esvaziado para limpeza em Roraima

Ginásio usado como abrigo estava em condições insalubres; exército fará higienização do local, que fica na periferia de Boa Vista

Cerca de 500 imigrantes venezuelanos que moram no abrigo do bairro Tancredo Neves, na zona Oeste de Boa Vista, foram levados ao Estádio Ribeirão na manhã desta quarta-feira (4).

A realocação temporária dos imigrantes foi feita para que o ginásio Tancredo Neves, vizinho ao estádio, passe por uma reestruturação. A previsão é que 300 venezuelanos voltem para o local até às 22h, quando o Exército espera finalizar a higienização e organização do espaço.

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Segundo o coronel Lupichinski, assessor da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, a reestrututação do abrigo é feita por 150 militares em parceria com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), Polícia Militar e Prefeitura de Boa Vista. Os serviços começaram às 5h30. Os imigrantes foram avisados com antecedência sobre a ação e não há registro de tumulto.

O abrigo Tancredo Neves, como agora é chamado, foi aberto de forma improvisada há seis meses, e recebeu inicialmente 400 pessoas. Com o aumento do fluxo de imigrantes venezuelanos em Roraima, no entanto, o local ficou superlotado e chegou a ter até mil moradores.

Em razão da superlotação, as condições ficaram precárias e uma favela surgiu dentro do abrigo. Havia até mesmo esgoto estourado em meio aos barracos construídos no entorno do ginásio. Os moradores também reclamavam de insegurança, registro de furtos, violência, e até consumo de drogas no local.

"A situação lá era deplorável, de miséria. Tínhamos comida, mas não condições de vida. Estamos todos esperando uma melhora. Chegamos ao Brasil atrás de comida e trabalho para ajudar nossas famílias que ficaram na Venezuela", afirmou o venezuelano Jesus Rodriguez, 36.

Quando foi aberto pelo governo do estado, em outubro do ano passado, imigrantes que viviam em um acampamento perto da Rodoviária de Boa Vista foram levados para lá. A operação de retirada, feita com efetivo policial, foi criticada e até alvo de uma ação judicial movida pelo MPF e DPU.

"Houve, inicialmente, uma ocupação ordenada [do abrigo] e pela falta de controle de entrada e saída a situação evoluiu para uma ocupação desordenada. Então, agora nós tínhamos uma situação insalubre no Tancredo Neves", afirmou Lupichinski.

O coronel disse que primeiro os militares estão tirando entulho e lixo do prédio para incineração e depois devem fazer reparos na estrutura, o que inclui nivelamento do terreno no entorno do ginásio, desinfecção da estrutura e instalação de containers banheiros.

Após os serviços, parte dos imigrantes que foram retirados irão voltar a viver no local. Eles já foram cadastrados e receberam carteirinhas para controle de entrada e saída do abrigo. Um segundo grupo de venezuelanos deve ser levado para o abrigo São Vicente, aberto na terça-feira (3), e os demais serão interiorizados para outros estados do Brasil.

"Reestruturado, o abrigo terá a gestão de pessoas organizada pelo Acnur e a Fraternidade Federação Humanitária Internacional. A parte de segurança, logística, apoio de saúde ficará ao encargo do Exército assim como a alimentação que já é distribuída por nós", afirmou Lupichisnki.

Venezuelanos em Roraima

Desde 2015 Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro.

Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal. Se estima que atualmente pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do país. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.

Em março, o presidente Temer editou uma Medida Provisória que criou a Força-Tarefa Humanitária, que agora assume as ações do governo federal relacionadas à imigração venezuelana.

Até agora já são cinco abrigos para venezuelanos em Boa Vista e um em Pacaraima. Juntos, eles têm cerca de 2,3 mil moradores e estão na lotação máxima. A previsão é que um sétimo abrigo seja aberto em breve no bairro 13 de Setembro, zona Sul da capital.

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