O ministro da Saúde, Nelson Teich, foi pego de surpresa hoje durante entrevista coletiva da pasta, ao saber por um jornalista que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia incluído academias de ginástica, salões de beleza e barbearias entre os serviços considerados essenciais para funcionar a pandemia do novo coronavírus.
"Saiu hoje?", reagiu ao ser questionado por um repórter, que queria saber se o Ministério da Saúde concordava com isso e se houve alguma orientação da pasta para a tomada dessa decisão. A entrevista acontecia no momento em que o decreto de Bolsonaro era publicado no Diário Oficial da União.
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Aparentando desconforto, o ministro ensaiou uma resposta falando sobre a criação de fluxos que "impeçam que as pessoas se contaminem" desde que sejam atendidos pré-requisitos para que não se exponham a riscos.
"Você pode trabalhar o retorno de algumas coisas. Agora, tratar isso como essencial é um passo inicial. Foi uma decisão do presidente e ele decidiu isso aí... Saiu hoje? Não é atribuição nossa, isso aí é uma decisão do presidente", afirmou.
Na sequência, Teich deixou claro que a pasta não opinará sobre a inclusão das áreas como atividades essenciais.
"O que eu acredito é que qualquer decisão que envolva a definição como essencial ou não, ela passa pela capacidade de fazer isso de uma forma que proteja as pessoas. Mas só pra deixar claro: é uma decisão do ministério da economia, não é nossa", prosseguiu.
Na porta do Palácio, Bolsonaro justificou sua decisão ao dizer que "higiene é vida".