A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (19), quatro militares das Forças Especiais (FE) do Exército (“kids pretos”), acusados de integrar uma organização criminosa que planejou matar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022.
“Kids pretos” é o nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar nas missões sigilosas, com ambientes hostis e politicamente sensíveis. Eles integram a chamada “elite” do Exército.
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Os militares recebem esse apelido por utilizarem gorros pretos em operações – eles são caracterizados como especialistas em guerra não convencional, reconhecimento especial, operações contra forças irregulares e contraterrorismo.
Os militares podem passar pelos treinamentos intensivos em três lugares diferentes: Comando de Operações Especiais, em Goiânia; Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, no Rio de Janeiro; ou podem completar a formação em Manaus, na 3ª Companhia de Forças Especiais.
Segundo o Centro de Instrução de Operações Especiais, o programa existe desde 1957 e foi inspirado no curso “Ranger”, com destaque para o Batalhão de “Special Forces”, a principal unidade de infantaria leve e força de operações especiais dentro do Comando de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos.
O curso tem a duração máxima de 23 semanas (em média, 5 meses) e ensina táticas específicas das operações especiais, como, por exemplo, na guerra irregular e em operações contra forças irregulares, “visando a consecução de objetivos políticos, econômicos, psicossociais ou militares relevantes, preponderantemente, por meio de alternativas militares não convencionais”, explicam as informações publicadas pelo Centro de Instrução de Operações Especiais (CiOpEsp).
Essas missões podem acontecer tanto em momentos de crise ou conflito quanto em momentos de paz e regularidade institucional.