Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Promotor se nega a usar máscara e julgamento de réu por morte é cancelado

Com o cancelamento do júri, o acusado de matar um homem teve a soltura determinada por não haver previsão de nova data da audiência

A atitude de um promotor de Justiça ao informar que não pretendia utilizar máscara de proteção durante os debates jurídicos no tribunal causou o cancelamento do julgamento de um homem acusado de assassinato. O evento estava previsto para essa quinta-feira (10/9) e seria presencial. O caso aconteceu em Araguaína, no estado de Tocantins. As informações são do G1.

O promotor Pedro Jainer Passos Clarindo da Silva alegou à Justiça que estava obedecendo a uma recomendação da Corregedoria-Geral do Ministério Público e que não havia como realizar o trabalho de "maneira minimamente eficiente com a boca do orador obstruída".

Leia também

Na ocasião, o réu Alessandro Soares Ribeiro iria a Júri Popular por ser acusado de matar Valter Alves Muniz na porta de uma loja de conveniência após uma discussão em maio de 2019, em Araguaína.

Com o cancelamento do júri, Alessandro teve a soltura determinada por não haver previsão de nova data de seu julgmento.

O juiz Francisco Vieira Filho, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, foi o responsável pela decisão de cancelar a audiência, tomada no dia 9 de setembro. O julgamento estava previsto para o dia 10 de setembro e seria presencial.

A decisão de autorizar julgamentos presenciais na comarca de Araguaína foi do presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Helvécio de Brito Maia Neto, com base em portarias do próprio TJ e do Conselho Nacional de Justiça que especificam as medidas sanitárias das sessões.

"Como é público e notório, há contagiados assintomáticos, o que pode ser o caso do orador, pois não há testagem recente conhecida nos autos. Com isso, ele estaria colocando em risco toda a sociedade à qual, em tese, representa, pois os momentos mais propícios para espalhar gotículas de saliva no ambiente são os da tosse, espirro e fala, justamente as reações humanas esperadas e normais durante uma sustentação oral", escreveu o juiz.

O que diz o promotor

Nos autos do processo, o promotor afirmou que "um julgamento justo exige que ambas as partes possam exercer seus respectivos direitos igualmente, direitos garantidos pelo sistema legal e constitucional e não pela - como crê o juiz - bondade do presidente da sessão".

"Seja a entonação, sejam expressões faciais, seja a capacidade do jurado olhar no rosto da testemunha, réu ou orador para sentir credibilidade ou não na fala, tudo isso é importante para a sessão plenária e compõe seu âmago, não se tratando de mera liberalidade do magistrado", completa em outro trecho.

Porém, o juiz, discordou. "A meu juízo, o simples uso de máscaras não gera prejuízos concretos ao direito de fala das partes, visto que as entonações, gestos e intenções dos oradores podem ser muito bem apreciados pelos ouvintes. Isto é o que atualmente ocorre, aliás, em igrejas, no comércio, em casa, e em todos os ambientes nos quais se revela necessária a reunião de pessoas durante a pandemia".

Sobre a soltura do réu, o juiz escreveu que "a prisão preventiva do denunciado, a partir deste momento, torna-se injusta, porque ele é o único que está pagando o alto preço da restrição de sua liberdade durante a pandemia por período maior que o razoável e por motivo pelo qual não contribuiu".

O que diz o MP

O Ministério Público afirmou em nota que havia solicitado a suspensão das sessões e que Araguaína foi a única comarca em que trabalhos continuaram. O MP não comentou a atitude do procurador de se negar a utilizar a máscara e nem explicou se há orientação da Corregedoria-Geral nesta sentido aos membros do MP no Tocantins.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas