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Profissionais da saúde usam criatividade e acolhimento na rotina

Especialistas contam quais são as práticas que incorporaram no do dia a dia para cuidar dos pacientes infectados pelo coronavírus

Sem vacina ou remédio, o novo coronavírus ainda é um desafio para médicos e cientistas que tentam a cada dia conhecer melhor sobre a doença que já infectou mais de 4 milhões de pessoas em todo o mundo desde o final do ano passado.

Pesquisadores de diversos países estão em uma verdadeira corrida contra o tempo para a descoberta de medicamentos ou um tratamento eficaz contra o vírus Sars-Cov-2 enquanto a previsão é de que as primeiras vacinas fiquem prontas apenas na metade de 2021.

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Há mais de 2 meses no Brasil, especialistas relataram ao G1 sua experiência na linha de frente e quais técnicas ou ações passaram a incorporar no seu dia a dia para amenizar os efeitos da Covid-19 nos pacientes e até mesmo salvar vidas.

Protocolos rigorosos e trabalho em equipe

A médica infectologista e gerente clínica do Hospital do Servidor Público de São Paulo (IAMSPE), Andrea Almeida, disse ao G1 que protocolos clínicos rigorosos trouxeram resultados melhores às práticas da instituição no combate à pandemia.

"O coronavírus está nos deixando vários legados, coisas que a gente está aprendendo no dia a dia", disse a especialista." - Andrea Almeida, infectologista

Ela reforçou que, durante esta crise, todos devem ter disciplina e obedecer às normas de vigilância em saúde. O uso de máscaras, o distanciamento social, as medidas básicas de higiene, por exemplo, são atitudes que a especialista julga essenciais para enfrentar o novo coronavírus e que devem "ficar para sempre".

"Assim como se pede para a população seguir as orientações, os profissionais de saúde têm que obedecer certas normas", disse a infectologista. "Elas deixam o tratamento mais seguro para os pacientes e para os profissionais, que ao segui-las estarão mais protegidos do vírus."

Além disso, Almeida destacou a importância da colaboração entre os especialistas para o trabalho nos hospitais e centros de saúde. Ela considerou o trabalho em conjunto um "legado" que sua equipe conquistou deve manter depois do momento de crise.

"Criamos um time de resposta rápida com anestesistas por exemplo, que garantem a segurança dos pacientes que entram na UTI, que vamos manter até mesmo depois da pandemia. São várias pessoas trabalhando em conjunto e em harmonia", disse a especialista.

Deitar o paciente de bruços

O médico fisiatra, André Sugawara, do IAMSPE disse ao G1 que observou uma melhora em pacientes que foram submetidos a uma manobra já conhecida pela medicina, a pronação, antes mesmo deles serem levados à UTI.

A técnica põe o paciente em posição de bruços e deixa as pernas levemente elevadas, na mesma linha que o coração. Sugawara disse que pacientes que enfrentavam dificuldades na respiração conseguiram melhorar a oxigenação do sangue com este procedimento simples.

"Era algo que a gente já aplicava antes da Covid-19 em pacientes com deficiência, tetraplégicos, ou nos que são entubados por muito tempo. Foi uma forma que a gente encontrou de ajudar as pessoas sem uma solução medicamentosa, e contribuímos com o bem estar do paciente." - André Sugawara, fisiatra

O médico contou que aplicou a manobra nele mesmo quando foi infectado pelo novo coronavírus há pouco mais de um mês e disse que assim conseguiu sentir na prática uma melhora em sua própria respiração.

"[Com a manobra] se libera o pulmão para ventilar melhor, facilita o trabalho do diafragma e a dinâmica da caixa torácica. Ela alivia a pressão do órgão e assim tem uma vantagem mecânica para funcionar, se descomprime o pulmão", explicou o fisiatra.

Outra maneira de melhorar a respiração e trazer conforto ao paciente com Covid-19, segundo o especialista, é sentar sem tocar o encosto da cadeira e apoiar os braços em uma superfície, como a mesa. Essa posição é conhecida como "manobra de conservação de energia",

Além disso, apertar a cintura ao tossir ou abraçar um travesseiro pode aliviar os sintomas e as dores decorrentes da doença.

Uso racional de EPIs

A gerente assistencial do Hospital Eduardo de Menezes, referência no tratamento da Covid-19 em Minas Gerais, Tatiani Fereguetti, disse ao G1 que o centro de saúde tem focado no uso correto e racional dos EPIs para garantir a segurança de funcionários e pacientes.

"Estamos há 115 dias atendendo casos confirmados e suspeitos, e nenhum dos nossos servidores foi infectado", disse a infectologista. No local, trabalham cerca de 600 profissionais.

Além dessa preocupação, Fereguetti destacou a importância de uma equipe saudável e acolhida em momentos de maior estresse. Para isso, o hospital abriu um plantão de atendimento psicológico para atender seus funcionários.

"Sabemos que não é um momento fácil. Adotamos algumas práticas integrativas, como aromaterapia, linguagem não violenta" - Tatiani Fereguetti, infectologista

Na relação com os pacientes, a equipe do Hospital Eduardo de Menezes recebeu, por empréstimo, uma impressora. Com ela, serão impressos crachás maiores, com fotos dos profissionais para que os pacientes os vejam sem as máscaras.

A equipe também faz teleconferências diárias com as famílias dos pacientes. "O retorno tem sido muito positivo. Apesar de elas não poderem acessar as dependências do hospital, as famílias se sentem muito acolhidas com a oportunidade de ver o ente querido."

Acolhimento especial

Para Tatiane Canero, gerente de apoio assistencial e fluxo do paciente no Hospital Albert Einstein, uma das maiores alterações na rotina foi na relação entre as pessoas.

"Equipes e pacientes estão muito mais sensibilizados. O acolhimento é uma moeda fundamental no relacionamento" - Tatiane Canero, enfermeira

Alguns exemplos estão em pequenas comemorações, seja quando um paciente recebe alta, ou quando sai da intubação. "Celebrações não eram realizadas dessa forma, assim como as visitas virtuais. Tudo foi adaptado à situação que vivemos", completa.

No Dia das Mães, por exemplo, a equipe promoveu chamadas de vídeo com familiares dos pacientes, além de encher o hospital com balões.

"Não tenho dúvida de que sairemos diferentes desse processo", disse.

Além disso, Canero explicou que houve mudanças na própria estrutura do hospital e que elevadores, blocos e áreas de circulação foram separados de acordo com o tipo de paciente.

Ela acredita que a separação traz mais segurança para aqueles que procuram o hospital com outros problemas. "Os pacientes passaram a ter receio de vir. Isso acabava colocando em xeque a própria saúde", completa.

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