O prefeito Bruno Covas (PSDB), diagnosticado com câncer nesta segunda-feira (28), deve fazer a primeira sessão de quimioterapia nesta terça-feira, no hospital Sírio-Libanês. O câncer está localizado na transição entre o estômago e o esôfago.
"Obviamente, quanto mais rápido a gente começar o tratamento, melhor. Então, esse é o motivo que já começamos. Sabendo que, eventualmente, em duas a três semanas, a gente refina o tratamento. Ele está internado pela trombose, ele está assintomático do tumor e - dependendo da alta da trombose, a gente aproveita para ganhar tempo e começar a quimioterapia internado", explicou o oncologista Túlio Pfiffer.
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Além do tumor na transição entre o esôfago e o estômago, Covas possui pequenas lesões no fígado e nos gânglios linfáticos. Isso se deve a um processo denominado metástase, que se caracteriza pela migração de células do tumor para outras partes do corpo. De acordo com os médicos, a doença foi traiçoeira, porque não havia sintoma no local.
O oncologista Artur Katz diz que a situação "do ponto de vista de evolução e prognóstico é muito favorável". "O fato de ter metástase significa que a doença foi capaz de - antes de dar qualquer sintoma - migrar para esse ponto. Mas por não encontrarmos pontos adicionais, é muito positivo. Sobretudo com o peritônio normal."
Boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês na noite desta segunda (28) diz:
"Exames anatomopatológicos mostraram que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, tem um adenocarcinoma localizado entre o esôfago e o estômago, com duas lesões, uma no fígado e outra nos linfonodos. Com esse diagnóstico o prefeito será submetido a três sessões de quimioterapia, quando será novamente reavaliado".
Inicialmente, Covas foi internado na quarta-feira (23) no Hospital Sírio-Libanês, no Centro de São Paulo, para tratar uma erisipela, que é uma infecção na pele causada por bactérias.
Dois dias depois, foi diagnosticado com quadro de trombose venosa das veias fibulares, que ficam na perna.
No sábado (26), outros exames diagnosticaram tromboembolismo pulmonar e uma tumoração no trato digestivo. Por fim, outro exame, uma laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva) feita na noite de domingo confirmou o tumor maligno.
A equipe de médicos explicou que esse tipo de tumor que atinge o prefeito é relativamente frequente, mas mais raro nos jovens.
"Atualmente, tanto a erisipela quanto a trombose venosa das veias fibulares já estão em remissão, mas ele permanecerá internado para controle do tromboembolismo pulmonar", diz o boletim.