O homem suspeito de estuprar e engravidar uma criança de 10 anos em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, foi indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável, ambos praticados de forma continuada. Ele ainda não foi encontrado e agora é considerado foragido.
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito que investigava o caso foi concluído nesta quinta-feira (13). O crime chegou ao conhecimento da polícia no sábado (8), após a criança dar entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, com sintomas de gravidez. O suspeito é tio da vítima.
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As investigações foram presididas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de São Mateus e contou com o apoio de todos os policiais da 18ª Delegacia Regional (DR) de São Mateus.
"Foram feitas oitivas de todos os familiares e profissionais envolvidos no caso e a vítima também passou por avaliação do médico perito da polícia civil", disse o delegado Leonardo Malacarne, responsável pelas investigações.
Buscas pelo criminoso
Ainda de acordo com o delegado, desde o início das investigações, o suspeito estava sendo monitorado e as equipes já estavam verificando todas as denúncias que recebiam acerca do paradeiro dele.
"Após materializar as provas para fundamentar uma representação de prisão, na terça-feira foi encaminhada a representação ao Ministério Público com pedido de prisão do suspeito e ontem à tarde recebemos o mandado de prisão preventiva", contou.
Na manhã desta quinta-feira, as equipes, de posse do mandado, se deslocaram a um município da Bahia, onde o suspeito tem parentes. No entanto, ele não foi localizado.
"Os policiais foram informados que o suspeito fugiu do município para destino ignorado, em razão da divulgação do caso e da foto do acusado pelas redes sociais", disse o delegado.
O procedimento foi concluído e encaminhado ao Ministério Público nesta manhã. Como foram realizadas buscas na tentativa de dar cumprimento do mandado de prisão e o suspeito não foi localizado, ele agora é considerado foragido pela Polícia.
Cabe destacar que, a partir da expedição dos mandados pelo Judiciário, qualquer agência de segurança pode cumprir a prisão.
Crime
De acordo com a Polícia Militar, a menina deu entrada no Hospital Estadual Roberto Silvares no sábado (8) acompanhada de um familiar. Ela disse que estava grávida após ter sido estuprada.
Para a polícia, a vítima contou que era abusada desde os seis anos e que não denunciou porque tinha medo das ameaças. A gravidez foi confirmada por um exame de sangue.
O Conselho Tutelar levou a criança para um abrigo, onde ela está recebendo apoio médico, social e psicológico.
A secretária de Assistência Social, Marinalva Boedel, disse a menina morava com os avós e que a família era participativa, nunca tendo apresentado "desestruturação".
Segundo ela, o caso está sendo avaliado por uma equipe médica e pela Justiça sobre a possibilidade de a gestação ser interrompida.
No Brasil, a Constituição Federal prevê a possibilidade de aborto em situações como a que envolve uma menor vítima de abusos sexuais.