São Paulo — Policiais militares entraram em confronto com estudantes da Escola Estadual José Vieira de Moraes, na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo, que faziam um protesto nesta quarta-feira (13/11) contra a decisão da diretora da unidade de desligar 19 professores que trabalhavam no local.
Estudantes afirmam que os policiais jogaram spray de pimenta contra os manifestantes. Um aluno teria sido detido pelos policiais e uma jovem foi agredida. Veja imagens do protesto:
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Os alunos reclamam que a decisão da diretora de desligar 19 professores foi tomada de forma arbitrária, que os educadores demitidos estão há anos na escola e são bem avaliados pelo corpo discente.
“Foi um completo desrespeito à profissão dos professores, à dedicação deles, mas também aos alunos”, afirma a estudante Allana Santos do Nascimento, de 18 anos, que está no 3º ano do ensino médio.
Colega de Allana e também no último ano do ensino médio, a estudante Aísha de Souza, 18 anos, diz que a decisão abalou alunos e professores. “Tá um clima muito pesado. Você nota o olhar entristecido, preocupado”, diz.
Aísha afirma que a diretora justificou a decisão com base no desempenho que os educadores teriam tido na chamada “Avaliação 360”, sugerindo que eles teriam sido mal avaliados pelos próprios alunos, o que a estudante nega.
A adolescente diz que entre os professores transferidos estão educadores com currículos notórios e especializações em suas áreas de ensino. “A gente não acha certo ter um ensino tão bom e perder eles [os professores] por nada”, afirma Aísha.
Os estudantes já tinham feito outro protesto contra a decisão da diretora na semana passada.
O Metrópoles conversou com um dos professores que teve a transferência obrigatória anunciada. Sob condição de anonimato por medo de retaliação, o educador disse que a decisão atingiu professores que questionavam a diretora.
“Tô saindo da escola muito sentido. A gente criou um vínculo com os alunos. Não é de responsabilidade da diretora decidir sozinha sobre isso”, diz o educador.
Segundo ele, duas resoluções aprovadas pelo secretário da Educação, Renato Feder, teriam dado o respaldo necessário para que diretores pudessem decidir sobre a realocação dos professores sem consulta às diretorias regionais de ensino.
O Metrópoles questionou a Secretaria da Educação sobre o tema. Até a publicação desta reportagem a pasta não havia enviado nota de posicionamento. Também foi solicitada uma resposta à Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o confronto entre estudantes e PM. O espaço segue aberto.
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