Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

PF prende o próprio delegado por vender informações a donos de garimpo no Pará

Em 2017, Dutra abriu inquérito para investigar presença de repórteres em ação do Ibama

A Polícia Federal prendeu um delegado da própria instituição nesta terça-feira (15), em Santarém (PA). Alexandro Cristian dos Santos Dutra é acusado de vender informações a donos de garimpo da região do rio Tapajós, a maior área de mineração ilegal de ouro do país.

A prisão temporária de Dutra, decretada pela Justiça Federal de Itaituba (PA), foi revelada pelo Blog do Jeso e confirmada pela Folha de S.Paulo. Em nota, a PF informou que "um servidor público federal teria recebido ao menos R$ 150 mil de garimpeiros da região de Itaituba, como forma de 'blindá-los' de eventuais ações policiais". O comunicado não mencionou que se trata de um delegado.

Leia também

Segundo a PF, um lobista dos mineradores intermediava o pagamento ao delegado e repassava as informações privilegiadas. À época, Dutra estava lotado em Itaituba.

Além do delegado, o suposto lobista, de nome Paulo Ney, também foi preso na terça. Em paralelo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Santarém, Itaituba e São Paulo.

Batizada de Fool's Gold (ouro de tolo, em inglês), a operação da PF visa "desarticular um grupo criminoso investigado pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e associação criminosa".

Em 2017, Dutra, à época em Itaituba, abriu um inquérito com o pretexto de investigar por que os repórteres da Folha Fabiano Maisonnave, que assina este texto, e Avener Prado foram convidados pelo Ibama para acompanhar ações contra mineração ilegal de ouro.

Intimados a depor, os repórteres foram questionados sobre os valores de seus salários e sobre os detalhes da destruição, por parte do Ibama, de uma balsa de garimpo no rio Jamanxim, afluente do Tapajós. O operativo ocorreu dentro de área protegida federal, vetada à mineração.

O equipamento pertencia a Luis Rodrigues da Silva, o Luis Barbudo, então presidente do Movimento em Defesa da Legalização da Garimpagem Regional. À época, ele estimou o prejuízo em R$ 1,5 milhão e alegou que a balsa estava parada no local porque o motor havia quebrado.

Após os depoimentos, realizados por meio de carta precatória, os repórteres não foram mais intimados. Nenhum servidor do Ibama foi punido pelo caso.

A reportagem não localizou os advogados de defesa de Dutra e de Ney até a conclusão deste texto.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas