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HOME > notícias > BRASIL

PF oficializa autorização para cidadão comprar até 4 armas

Especialista diz que mais armas na rua podem causar acidentes e aumento de crimes: 'Gasolina no incêndio'

A Polícia Federal informou nesta sexta-feira (21) que formalizou a

autorização para que o cidadão possa comprar até quatro armas. Cabe à PF

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expedir o registro de arma de fogo.

A autorização para aquisição de até 4 armas estava prevista em decreto do governo, publicado em 2019.

No

entanto, conforme a corporação, a publicação da Instrução Normativa era

necessária para que a própria PF se adequasse ao decreto. A IN-174

revoga a IN-131, que previa limite de duas armas e estava em vigor desde

2018.

Segundo a PF, a corporação já vinha, desde o decreto de

2019, concedendo o registro de até quatro armas. Mas a Instrução

Normativa 174 organiza o processo e prevê itens novos na concessão, o

que a PF chamou de "desburocratização".

A instrução também

autoriza treinamento mensal a quem tiver arma de fogo, "com a

possibilidade de utilização do armamento pessoal". Antes, eram seis

meses para o treinamento.

De acordo com a PF, a IN-174 entrou em

vigor nesta quinta-feira (20) por meio da publicação no Boletim de

Serviço, interno do órgão, e não é necessária a publicação no "Diário

Oficial da União".

O que diz a IN-174?

De acordo com a Polícia Federal, a Instrução Normativa prevê:


Segundo a PF, os seguintes itens foram incluídos na IN-174, mas não estavam previstos no decreto:

Fim da exigência de documentos já existentes em sistemas da PF;

Magistrados e membros do MP passarão a ter a aptidão psicológica e a

capacidade técnica atestadas pelas próprias instituições;

Autorização de treinamento mensal aos cidadãos que possuem arma de fogo,

com a possibilidade de utilização do armamento pessoal.

No

primeiro semestre deste ano, a Polícia Federal registrou 74 mil novas

armas no país (mais da metade foi comprada por cidadãos comuns). De

janeiro a julho, foram 89,35 mil. Em todo o ano passado, foram

registradas pela PF 90 mil novas armas de fogo; em 2018, 50 mil.

O

direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. É

diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.

Política de controle de armas

Para

o advogado e analista de segurança pública Ivan Marques, do Fórum

Brasileiro de Segurança Pública, a Instrução Normativa não faz "grandes

alterações" na política de controle de armas, mas faz "modificações

importantes que impactam na prática", aumentando o número de armas em

circulação.

Na opinião de Marques, uma das principais mudanças é o

treino de tiro todo mês. "No limite, não seria ruim pensar que a pessoa

que tem a arma em casa precisa treinar para evitar acidentes e

tragédias, mas isso gera um impacto real na segurança pública. Significa

que vão ter mais pessoas armadas nas ruas, o que pode gerar acidentes e

causalidades", declarou.

Para o especialista, outro ponto

"importante" é a alteração da validade do registro, para 10 anos. "Isso é

bastante grave. [...] Do ponto de vista da segurança pública, você não

garante que uma pessoa em um espaço tão longo de tempo não sofreu

nenhuma alteração psicológica ou problemas de saúde que a tornem inábil

no manuseio de arma de fogo", afirmou.

"A legislação foi pensada

para que a PF seja o órgão controlador de categorias que podem andar

armadas, como magistrados, promotores e policiais. Quem atestaria a

capacidade seria a PF. Essa instrução passa a responsabilidade para os

próprios órgãos de origem desses servidores. A própria magistratura que

vai aferir a capacidade dos seus magistrados. Promove um

corporativismo", completou.

Assassinatos crescem no 1º semestre

O

Brasil registrou alta de 6% nos assassinatos no primeiro semestre deste

ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado

consta do índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base nos

dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Ao todo, nos

primeiros seis meses deste ano, foram registradas 22.680 mortes

violentas, contra 21.357 no mesmo período do ano passado. Portanto,

1.323 mortes a mais.

O aumento das mortes acontece mesmo durante a

pandemia do novo coronavírus, que fez com que estados adotassem

diversas medidas de isolamento social. Assim, houve alta na violência

mesmo com menos pessoas nas ruas.

'Colocar gasolina em incêndio'

Segundo

Ivan Marques, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, "mais de 70%

dos homicídios" são cometidos com arma de fogo. Diante disso, para ele,

facilitar o acesso a armas é como "colocar gasolina em um incêndio".

"A

partir do momento que facilita o acesso a arma e munição, você

incrementa a capacidade de homicidas terem acesso ao seu instrumento de

ação favorito. No país onde voltam a crescer os homicídios, você, ao

mesmo tempo, liberar ou facilitar o acesso a arma é colocar gasolina em

um incêndio que só está aumentando", afirmou.

"O Brasil tem um

problema grave na relação com armas, sejam elas lícitas ou ilícitas. No

fim das contas, com mais armas, você facilita ainda mais as condições

para que homicídios aconteçam. Não me parece que essa seja uma medida

eficiente", acrescentou.



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