O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai deixar oficialmente o comando da 12ª Região Militar, informou a assessoria da pasta.
A informação de que ele deixaria o comando militar foi divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo" na segunda (17) e foi confirmada pelo Ministério da Saúde nesta terça (18).
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Pazuello viajou para o Amazonas para a transmissão do cargo e tem previsão de retornar na sexta (21) a Brasília.
General da ativa do Exército, Pazuello respondia pela 12ª Região Militar quando foi escolhido, em abril, para assumir o cargo de secretário-executivo (número dois da pasta) do então ministro Nelson Teich.
Em maio, com a exoneração de Teich, Pazuello passou a atuar como ministro interino, temporário, sem que houvesse mudança no "Diário Oficial da União". A nomeação aconteceu em junho, ainda como interino, e não como ministro titular e definitivo.
Na prática, o militar está à frente do Ministério da Saúde há três meses. Nesse período, a 12ª Região Militar teve o coronel Luís Moisés de Oliveira Braga Otero na função de comandante interino.
Em julho, o "Diário Oficial da União" publicou decreto assinado por Bolsonaro que nomeou o general de Divisão Edson Skoba Rosty para o comando da 12ª Região Militar. A passagem de comando será na quinta-feira (20), em uma cerimônia apenas com autoridades militares, em razão das restrições adotadas para combater o contágio do novo coronavírus.
Ativa ou reserva
Pazuello continua como ministro interino da Saúde. A situação do general, que permanece na ativa do Exército, provoca desconforto entre militares.
No mês passado, o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, informou que generais da ativa e da reserva avaliam que Pazuello precisa definir rapidamente se retornará ao Exército ou se passará à reserva para continuar como ministro, a exemplo do que fizeram os generais Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Nesta terça (18), o vice-presidente Hamilton Mourão, que é general da reserva do Exército, declarou que, se Bolsonaro decidir manter Pazuello na Saúde, é "provável" que o militar deixará o serviço ativo do Exército.
"O general Pazuello encontra-se na seguinte situação: ele está agregado por não ocupar função dentro da Força [Exército]. No momento em que o presidente dispensá-lo, ele volta para a Força e o comandante do Exército lhe dará uma nova função. Caso o presidente o efetive [como ministro], é provável então que ele peça transferência para a reserva", disse.
Pandemia
O presidente Jair Bolsonaro costuma elogiar Pazuello pelo trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Por outro lado, a gestão da pasta na pandemia recebe críticas de especialistas e parlamentares.
Até as 13h desta terça (18), o Brasil registrava 3,3 milhões de casos confirmado, com 108,9 mil mortes por coronavírus, conforme levantamento do consórcio de veículos de imprensa.
Bolsonaro é crítico das medidas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos e defende que apenas idosos e pessoas com doenças graves fiquem em isolamento.