
O vendedor de consórcio Antônio Eduardo Teixeira Guerra, de 58 anos, era um dos passageiros que estavam no ônibus atingido pelo avião que caiu em uma avenida da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, na última sexta-feira (7).
Ao g1, ele relatou que estava indo ao trabalho e sentou na parte da frente do ônibus, quando ouviu um forte barulho, gritaria e viu fogo. Ele acabou batendo a boca em uma barra de ferro, o que o fez perder quatro dentes inferiores.
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"Eu estava indo trabalhar e andei depressa para não perder o ônibus. Ao entrar, me sentei na frente pois estava cheio. Quando estava chegando perto da CET, eu estava me preparando para passar a roleta, mas notei um barulho estranho, uma gritaria e, de repente,sofri um solavanco. Bati a boca na barra de ferro de segurar com a mão e, quando voltei à minha posição, meus dentes inferiores foram caindo da minha boca e fui cuspindo sangue", relatou.
A câmera do ônibus registrou o momento em que o veículo perdeu o controle depois do impacto com a aeronave. Pelas imagens, é possível ver os passageiros descendo do ônibus. Antônio é o segundo a sair do veículo. Ele aparece no vídeo com camiseta preta e colocado a mão na boca (veja abaixo).
Mais de 30 pessoas estavam no local no momento da batida e, segundo funcionários, o ônibus só não explodiu porque o tanque de combustível não foi atingido. Equipes da TV Globo entraram no veículo, que ficou destruído.
"Pensei que ônibus tinha batido em algum carro. Quando ouvi a cobradora pedir socorro e gritar 'abra as portas', notei ainda no ônibus um fogo no vidro traseiro. Aí pensei que o motor tinha pegado fogo. Mas quando estava na rua alguém me falou: 'caiu um avião'. Voltei para o centro da rua e vi os escombros pegando fogo".
"Houve explosões e aí corri para longe. Fiquei desnorteado ao ver aquele fogo e pensei que a avenida estava cheia de carros e havia muita morte. Só via pessoas filmando com o celular, o que me incomodou muito", ressaltou Antônio.
Ainda conforme Antônio, ele avisou seu gestor sobre o acidente e, na sequência, foi para o pronto-socorro.
"No pronto-socorro encontrei o motorista e o agradeci. Choramos juntos. Só que desde então estou passando momentos horríveis. Minha boca mesmo, estou sentindo dores terríveis e não tenho condições de fazer um tratamento dentário. Talvez tenha que colocar implantes, mas não sei ao certo", afirmou.
Antônio foi até o 23º Distrito Policial nesta quarta-feira (12) para prestar depoimento. Além dele, outras testemunhas serão ouvidas.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a delegacia vai investigar se ocorreu negligência, imprudência ou imperícia no acidente. Por esse motivo, o caso foi registrado como homicídio e lesão corporal.