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Número de casos de chikungunya cresce 298% no Rio, para 38 mil

Zona Oeste é a região com maior nº de casos e Campo Grande, o bairro mais afetado.

O número de casos de chikungunya no Rio de Janeiro teve um aumento de 298%, entre 2018 e 2019. A prefeitura registrou 37.973 casos da doença entre janeiro e novembro deste ano. No mesmo período do ano passado, o poder municipal contabilizou 9.545 ocorrências.

Os bairros da Zona Oeste da cidade concentram mais da metade dos casos registrados (19.117).

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Coordenador da equipe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do INI/Fiocruz, o médico infectologista André Siqueira alertou para os perigos de um novo aumento nesses números durante o verão.

"Estamos tentando entender essa dinâmica, mas é bastante possível que a gente veja um aumento desse número de casos também em outras regiões da cidade", comentou o médico infectologista.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde explicou, por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde do Rio, que "a chikungunya é uma doença recém introduzida no país e no município apenas em 2015, de modo que toda a população carioca naquele momento era susceptível à infecção, uma vez que não havia histórico de imunidade pela doença. Isto explica o grande aumento no número de casos."

Apesar do vírus ter sido detectado pela primeira vez na capital fluminense em 2015, como o próprio poder público municipal informou, foi apenas em 2017 que a cidade registrou um número relevante de casos, com 1.820 pessoas infectadas.

O primeiro aumento no número de casos aconteceu em 2018, quando 10.746 pessoas contraíram a doença ao longo de todo o ano. Já em 2019, sem contabilizar o mês de dezembro, o aumento foi de 298%, com 37.973 registros.

André Siqueira concorda com a explicação da Secretaria e complementa informando que o ciclo do vírus da chikungunya ainda não foi interrompido. Na opinião do especialista, ainda "há bastante potencial de transmissão no Rio".

"Nós vivemos em uma cidade muito grande, com um número grande de criadouros de mosquito e condições climáticas que propiciam esse aumento".

"No caso da chikungunya, falta imunidade nas pessoas. Nos primeiros anos o vírus afetava mais a Zona Norte. A imunidade aumentou nessa área da cidade. Este ano, os casos aumentaram mais na Zona Oeste. Por conta da densidade populacional grande, é uma área propensa", explicou Siqueira.

Mais da metade dos casos na Zona Oeste

A região da cidade mais afetada pela presença do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, é a Zona Oeste. Mais da metade dos casos de chikungunya no município, em 2019, aconteceu na área. Foram 19.117 pessoas infectadas na Zona Oeste. Entre os dez bairros mais afetados, oito são na região.

Campo Grande foi o local de maior incidência da doença, com 2.645 pessoas infectadas pelo vírus em 2019. Realengo e Bangu, também na Zona Oeste, completam os bairros campeões de casos no Rio de Janeiro, com 1.921 e 1.774 registros, respectivamente.

Ranking dos bairros com mais casos de chikungunya em 2019:

  • Campo Grande - 2.645
  • Realengo - 1.921
  • Bangu - 1.774
  • Jacaré - 1.731
  • Santa Cruz - 1.676
  • Taquara - 989
  • Paciência - 990
  • Guaratiba - 763
  • Irajá - 740
  • Senador Camará - 670

Casos vão aumentar no verão

As condições climáticas mais favoráveis para o surgimento de criadouros de aedes aegypti são durante o verão, quando normalmente ocorrem os períodos mais quentes e chuvosos do ano.

A Secretaria não informou sobre ações especiais para tentar diminuir os números de casos em 2020. Segundo o poder público, existe um combate ao vetor ao longo de todo o ano.

"Em todas as unidades de atenção primária e seus territórios existem ações educativas para orientar a população sobre as medidas que todos podem fazer para auxiliar na prevenção das arboviroses", explicou a Secretaria Municipal de Saúde.

Para as autoridades, a forma mais eficaz de prevenir doenças como a chikungunya é evitar o nascimento do aedes aegypti.

"80% dos focos são encontrados em residências. Por isso, a participação da população é fundamental, eliminando em suas casas objetos que possam servir de reservatórios de água, onde se formem os criadouros do mosquito", analisou, em nota, a pasta responsável pelos cuidados com a saúde do carioca.

Estado registra mais de 84 mil casos

O número total de casos de chikungunya em todo o Estado do Rio de Janeiro também foi um recorde em 2019. Até o final de novembro, foram registrados 84.614 casos da doença. Esse foi o maior número de infectados em um único estado do Brasil.

Ao todo, 59 pessoas morreram por conta da doença.

Em 2018, nos 92 municípios do Rio de Janeiro, foram registrados 37.768 casos de chikungunya, com 20 mortes.

O que é chikungunya?

A febre pelo vírus chikungunya é um arbovírus. Arbovírus são aqueles vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente mosquitos, mas também por carrapatos.

O transmissor (vetor) do chikungunya é o mosquito aedes aegypti, que precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região. No entanto, é importante manter a consciência e hábitos sadios de higiene para evitar possíveis focos/criadouros do mosquito aedes aegypti, que pode ter ovos resistindo por um ano até encontrar as condições favoráveis de proliferação (tempo quente e úmido).

Os principais sintomas da chikungunya são:

  • Febre
  • Dores intensas nas juntas, em geral bilaterais (joelhos, pulsos etc)
  • Pele e olhos avermelhados
  • Dores pelo corpo
  • Dor de cabeça
  • Náuseas e vômitos

Cerca de 30% das pessoas não chegam a desenvolver sintomas. Normalmente, os sintomas aparecem de 2 a 12 dias da picada do mosquito, período conhecido como incubação.

Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

Chikungunya tem cura?

O quadro agudo da chikungunya dura até 15 dias e cura espontaneamente. Algumas pessoas podem desenvolver um quadro pós-agudo e crônico com dores nas juntas que duram meses ou anos.

"É uma dor articular dos dois lados do corpo. Geralmente no tornozelo, punho, mão. Em alguns casos, podem durar até três anos de dor", explicou a infectologista Cristiana Meirelles ao RJTV.

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