A advogada que conviveu com Fabrício Queiroz na casa em que ele foi preso na quinta-feira (18), em Atibaia, no interior de São Paulo, foi entrevistada pelo Jornal Nacional.
Queiroz é suspeito de operar um esquema de "rachadinha" no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro, na época em que ele era deputado estatual no Rio de Janeiro.
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Ana Flávia Rigamonti diz que começou a trabalhar na casa registrada como escritório do ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef, em Atibaia, em maio de 2019. Ela contou ao Jornal Nacional que a mulher de Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, que está foragida, passava temporadas na casa. Contou ainda que chegou a emprestar o carro para Queiroz.
"Para onde ele ia, a viagem ao certo, eu não ficava perguntando... Mas acho que emprestei meu carro umas três, quatro vezes, pelo menos."
A advogada disse que não lembra quando Queiroz chegou na cidade, mas que enquanto os dois estiveram na casa, conviveram e chegaram a ficar amigos.
Segundo ela, Queiroz passou a viver na casa depois que ela já estava trabalhando na casa. "Eu não lembro direito o mês, mas foi depois disso, depois de maio", disse. Sobre Queiroz, ela disse que "nunca trabalhou" para ele e que" não tem nada a ver com o caso". "Acabei conhecendo o Queiroz ali e, a gente querendo ou não, criou um vínculo de amizade assim, né, porque, tinha momentos em que eu estava na casa e outros em que eu não estava. Então, acabei conhecendo ele e a esposa dele."
Ela conta que nunca recebeu qualquer orientação para vigiar Queiroz enquanto ele esteve na casa de Wassef. "Eu não recebi (...) nenhuma orientação a respeito de... Como se eu estivesse trabalhando como se eu fosse uma vigia dele. Essa não era minha função ali, não."
O pedido de prisão de Queiroz faz referência a uma pessoa chamada Ana. Os promotores não esclarecem se é a advogada Ana Flávia Rigamonti.
Em uma mensagem interceptada pelos investigadores, a mulher de Queiroz pede que a filha avise Ana que ela e o marido estavam a caminho de São Paulo. Neste mesmo dia, a filha de Márcia enviou à mãe a resposta de Ana: "Pode ficar tranquila que não falo nada, não".