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Mãe e filho autista são expulsos de clube em Goiás: “Muita humilhação”

Segurança pediu para família jogar fora comida de criança com restrição alimentar; estabelecimento nega e afirma que houve mal-entendido

A produtora de eventos Carol Monteiro, 41 anos, procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após ter sido expulsa de um clube localizado no Entorno do DF. Segundo a mãe, o segurança do Águas Correntes Park não permitiu que ela mantivesse a comida do filho de 4 anos, que tem transtorno do espectro autista (TEA). O estabelecimento nega.

O clube fica na Cidade Ocidental (GO) e Carol, o marido e o filho estiveram no local na quinta-feira (25/8). “Faz um tempo que temos procurado um lugar com brincadeira e toboágua pra ele. Entramos no site e vimos as regras, e a gente não poderia entrar com alimento”, narra Carol Monteiro.

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Segundo a mãe, o menino tem autismo leve e só come um tipo de pão, um tipo de biscoito e toma um tipo de suco; essas restrições alimentares são comuns em crianças do espectro autista. “Toda a legislação diz que se pode carregar a comidinha da criança, é uma questão de bom senso também”, argumenta a produtora.

“Entramos no clube, ele começou a brincar e a gente notou que tinha um segurança que não saía de perto da gente. Quando tiramos a comida ele nos abordou, mas a gente explicou que fomos autorizados”, narra a mãe. Os clientes pediram ao segurança que verificasse com a recepção.

Ainda segundo o relato da família, o fiscal saiu e voltou depois de alguns minutos, afirmando que o lanche da criança deveria ser jogado fora, ou os clientes precisariam se retirar do clube. “Nisso meu marido cata tudo e vai saindo, eu fiquei completamente exaltada, porque meu filho estava tendo um dia alegre e tivemos que sair porque teve esse momento de intransigência total”, lamenta Carol.

No momento do bate-boca, uma viatura da Polícia Militar passava pelo clube. A mulher, então, chamou os militares e pediu que eles mediassem a discussão. “O policial mediou e mesmo assim os seguranças foram muito intransigentes. O policial falou que não podia fazer nada porque não era uma situação de flagrante, nos orientou a abrir um BO”, continua a mulher.

A produtora de eventos lamenta que ninguém da gerência apareceu para resolver a situação com os seguranças e no fim não restou alternativa à família que não fosse deixar o clube. Ela afirma que os funcionários do local se mostraram despreparados para lidar com crianças que tem transtorno do espectro autista.

“Não apareceu ninguém da gerência, ninguém pediu desculpas. A gente simplesmente foi enxotado num comportamento rude, debochado, porque o segurança riu de mim, falou que não tinha culpa que meu filho era autista”, afirmou Carol.

“Foi um momento muito desgastante e triste pra gente que já passa tanta coisa pra criar uma criança PCD [pessoa com deficiência]. Eles deveriam ter preparo para receber crianças, se fosse uma criança celíaca como ela ia se alimentar?”, argumenta a mãe.

Depois de sair do clube, a família abriu um boletim de ocorrência na PCDF pela internet.

Outro lado

A reportagem procurou o Águas Correntes Park e teve retorno da gerência do estabelecimento. O clube negou ter convidado a família a se retirar e explicou que houve um problema de comunicação interna aliado ao estresse da situação. O clube afirma que vai apurar o que aconteceu para tomar as devidas providências.

“O que houve na verdade foi um conflito de informação, atrelado ao nervosismo. Entendo que os pais que têm filhos com transtorno de espectro autista são mais sensíveis. Quando pedimos uma comprovação [do autismo] pra ela, por documentos, ela não quis mostrar. Entendo que a pessoa fica sensível, mas a gente tem regras a cumprir”, argumentou Rafael Toledo, gerente do Águas Correntes Park.

O representante afirma que nunca houve problema com pessoas do espectro autista anteriormente, mas, caso fique confirmado que houve erro dos funcionários, medidas serão tomadas. “Primeiro vamos concluir a apuração dos fatos. O clube é muito grande, muitas pessoas se envolveram, mas que fique claro que o que for preciso fazer, nós iremos fazer”, garantiu.

“Se for constatado que precisamos de um melhor atendimento, nós vamos melhorar. Nossa intenção é entrar em contato com a mãe, claro que no calor do momento ninguém quer conversar, mas depois vamos tentar conseguir o contato dela para nos entendermos melhor, e nos colocar à disposição da família”, afirmou o gerente do clube.

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