Figura típica do carnaval pernambucano, que faz parte da folia no estado desde 1948, a La Ursa se modernizou. Vestida de pelúcia e com máscara de papel machê, o personagem que pede dinheiro e afirma que "quem não dá é pirangueiro" (termo que se refere a quem é "pão-duro" ou "mão de vaca") entrou na era digital e passou a aceitar cartões de crédito e débito.
A ideia foi do bloco lírico O Bonde, que desfilou no domingo (2) pelas ruas do Bairro do Recife, na área central da cidade, com uma La Ursa diferente, que tem uma maquineta de cartão para os foliões não darem a desculpa de que não podem contribuir por não terem cédulas ou moedas. "Se a La Ursa quer dinheiro, vai no cartão, vai no débito", contou o professor Jairo Teixeira.
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Ao som de tambores e apitos, a La Ursa pula e dança, pedindo contribuições a quem aparece em seu caminho. A brincadeira teve origem no século 19, com os imigrantes Italianos, sobretudo a comunidade cigana ligada à arte circense, que, entre outros espetáculos, apresentava ursos amestrados.
De acordo com Cid Cavalcanti, organizador do bloco, os valores arrecadados têm duas finalidades. "O dinheiro arrecadado vai, primeiro, para pagar as despesas dessa brincadeira da La Ursa e naturalmente para ajudar no desfile do Bonde", afirmou durante o desfile, que integra a programação de aniversário de seis anos do Paço do Frevo.