Goiânia – O marido da juíza Edna Maria Ramos da Hora, titular da vara criminal de Anápolis e atual responsável pela 144ª Zona Eleitoral, preso por suspeito de matar um homem em Niquelândia, no norte goiano, foi solto após pagar fiança de R$ 10 mil.
Conforme a decisão, o suspeito confessou o crime e justificou que matou a vítima, que teria invadido a chácara da família.
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“O custodiado não possui antecedentes criminais [e alegou] ter agido em suposta legítima defesa. É certo que foi a vítima quem invadiu a casa do custodiado”, disse a juíza sobre o próprio marido.
O homem foi preso no último domingo (15/9), em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, onde a família mora. Já a audiência de custódia que determinou que o homem responda o processo em liberdade foi nessa segunda-feira (16/9).
Segundo informações da Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP), a fiança de R$ 10 mil foi paga no mesmo dia e ele deixou o presídio em Niquelândia.
Medidas cautelares
De acordo com a decisão que determinou que o marido da juíza responda em liberdade, além do pagamento de fiança, ele terá que cumprir algumas medidas cautelares.
Entre elas: comparecer aos atos processuais que for intimado; não se ausentar da comarca ou se mudar de endereço sem comunicar o juízo, exceto com autorização judicial; informar nos autos o endereço atualizado; além de ficar proibido de voltar ao condomínio onde os fatos ocorreram.
De acordo com o advogado do suspeito, Matheus Moreira Borges, a reação dele foi “motivada pela necessidade de proteger seus entes queridos, especialmente seu neto, uma vez que ele nunca havia tido qualquer contato anterior com a vítima”.
Suspeita de invasão
A situação aconteceu na madrugada do último domingo (15/9). Equipes policiais foram acionadas pela própria juíza, para comunicar que o marido havia desaparecido.
No entanto, quando a Polícia Militar chegou na frente do condomínio de chácaras, encontrou um corpo do lado de fora. Testemunhas que estavam no local disseram que ouviram uma discussão e, logo depois, disparos de arma de fogo.
Na decisão da Justiça, a juíza narrou o ocorrido com base no depoimento do marido. Na audiência de custódia, ele afirmou que estava no rancho da família quando ouviu o neto gritar. Ao checar o que estava acontecendo, encontrou o menino de 9 anos agarrado à perna do pai, que é filho do suspeito. Ao explicar esse momento no boletim de ocorrência, a Polícia Militar afirma que o suspeito teria encontrado a vítima “arrastando seu neto de 9 anos pelo braço”.
“Quando o autor viu, foi em direção ao homem desconhecido e este pulou o muro de volta e saiu correndo e que o autor correu atrás e o alcançou”, narrou a decisão sobre o relato da PM.
Já à Justiça, o suspeito disse ao ouvir o neto gritando, encontrou o filho falando com a vítima, que teria invadido a chácara.
O suspeito ainda afirmou que, em seguida, foi ao quarto pegar uma arma. Ele ainda afirmou na audiência que saiu pelo portão do condomínio com o objetivo de tirar a vítima de dentro do local. Disse ainda que “acabou disparando” nela depois que ela avançou para cima dele.
“[Disse que] em determinado momento, quando já tinham andado, cerca de 150 metros, descontrolado, o homem avançou em direção ao interrogado, que não sabe precisar como e nem o momento exato, a arma que tem um gatilho muito leve, acabou disparando, ocasião em que aquele homem veio a cair”, narrou a decisão sobre o relato do suspeito.
O suspeito disse à polícia que, após o disparo, pegou a caminhonete em casa e foi para Anápolis.
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