O ex-governador paulista João Doria (sem partido) enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmando que exagerou nas críticas ao petista no passado e reconheceu erros. A carta foi entregue por uma intermediação feita pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
O envio da carta foi revelado pelo jornal O Globo e confirmado por Doria, neste domingo, ao Metrópoles. “Quem já foi o ‘João trabalhador’ agora é ‘João conciliador'”, disse o ex-governador à reportagem, em referência ao slogan que ele manteve nas eleições para a Prefeitura da capital e para o governo do estado, que ele venceu em 2016 e 2018, respectivamente.
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O governador está fora da vida partidária e diz que não pretende retornar à política. Por isso, tem se empenhado em virar a página no que se refere aos embates que teve no passado com adversários, após retornar à promoção de eventos entre políticos e empresários que o fizeram um empresário de sucesso, no Grupo Lide.
“Foram embates políticos, acalorados, de campanha, sobre os quais reconheço que houve exageros”, disse o ex-governador.
Parte do sucesso dos negócios esteve no acesso que o grupo sempre deu a seus associados à classe política, de diferentes bandeiras partidárias, e o ex-governador vem reconstruindo laços.
Além do próprio Alckmin, que deixou o PSDB em 2019, brigado com o ex-governador, após queixas de não ter recebido apoio do partido na disputa para a Presidência, Doria já buscou repavimentar pontes com outros políticos antes de procurar Lula.
Bruno Araújo, ex-presidente do PSDB que trabalhou contra a candidatura de Doria à Presidência, agora é sócio do ex-governador em investimentos que ambos têm no oriente médio. Nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que foi governador do Maranhão e ministro da Justiça de Lula, já participou de eventos do Lide.
Além disso, o ex-governador investe em relacionamento com os atuais ministros do governo petista e governadores do nordeste, mais alinhados a Lula. No campo oposto, Doria também mantém diáologo com nomes como o ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Embora Doria tenha a confirmação de que sua mensagem ao presidente foi entregue, ele ainda não recebeu uma resposta sobre a proposta de virada de página.