Um homem de 71 anos relata que teve duas contas hackeadas no mês de agosto, em Belo Horizonte. Segundo o boletim de ocorrência, o valor total do prejuízo chegou a R$ 1 milhão e 400 mil reais. A maior parte do dinheiro estava na conta do Banco Santander, no valor de R$ 1 milhão e 200 mil. O restante no Banco Inter.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, foram feitos vários saques, alguns de valores muito altos, em torno de R$ 500 mil reais e R$ 450 mil.
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A vítima relatou à polícia que uma mulher, se passando por funcionária do banco Santander, entrou em contato com ele por telefone e informou que trabalhava para a Central de Risco do banco e que era inspetora do setor.
Disse também que mais um número de telefone havia sido cadastrado na conta bancária da vítima. O idoso informou que não autorizou acréscimo de nenhum outro número.
Segundo a vítima, foi neste momento em que esta suposta inspetora solicitou que ele "fizesse alguns procedimentos na conta". Após isso, vários pix, de diferentes valores, foram realizados, tanto no banco Santander, quanto do banco Inter.
"Eu nunca autorizei nenhuma transação. Principalmente, de valores tão altos. Se eu quisesse transferir estes valores altos, nem teria poder pra fazer isso sem passar por todo um processo de segurança do banco", explicou.
Segundo o boletim de ocorrência, um dia depois da queixa na polícia, uma assistente de investimentos de um dos bancos compareceu até a casa do idoso, acompanhada de policiais militares. Informou que recebeu uma ligação do telefone da vítima, mas notou que a voz tinha um sotaque diferente.
Também houve tentativa de invasão do e-mail do idoso.
A filha do homem, que é advogada, elaborou uma notificação extrajudicial para o banco Santander, de onde a maior parte do valor foi subtraída, porém, segundo ela, o banco negou o ressarcimento.
"O meu pai ficou muito abalado esse mês. Foram tantos absurdos que a gente achou que o banco fosse resolver. Nós vamos entrar com todas as medidas judiciais necessárias. Temos todos os extratos e documentos necessários", explicou.
Ainda, de acordo com a filha, a resposta do Santander ao caso chegou por e-mail, nesta segunda-feira (24), quase um mês depois do ocorrido.
Pelo e-mail, o banco informou que os especialistas analisaram o caso e "concluíram que a(s) transação (ões) não reconhecidas (s) foi (ram) realizada (s) com suas credenciais de autenticação, como senha ou ID Santander. Por esse motivo, não será possível realizar o ressarcimento do valor contestado. Sabemos que situações como essa são desgastantes e lamentamos o ocorrido".
Já o banco Inter informou para a família, nesta quinta-feira (26), que o ressarcimento de R$ 100.860,68 será feito. Segundo o e-mail enviado pelo banco, "o reembolso poderá ocorrer em até 4 dias, podendo ser integral ou parcial, com base no saldo da conta que recebeu o recurso. Se, após o prazo estipulado, não houver registro da devolução do valor do extrato do cliente, isso significa que não havia valores a serem devolvidos na conta de origem."
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil, com os bancos citados acima e aguarda retorno.