A esposa do policial militar que morreu afogado ao tentar salvar quatro crianças, em Itanhaém, no litoral de São Paulo, considera o marido um herói. Diogo Gomes de Melo, de 31 anos, passava o dia de folga na praia com a esposa e outros familiares, quando ocorreu o incidente que o vitimou.
Ao G1, Débora Pinho Santos, de 27 anos, contou que eles estavam brincando no mar com o filho, de 9, e três sobrinhos, sendo dois de 12 e um de 13 anos. Em dado momento, as ondas começaram a ficar mais fortes e a afastaram do marido e do filho. Ela orientou aos adolescentes que estavam com ela a irem para uma área rasa, e tentou ir ao encontro do policial.
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"Quando eu fui atrás, percebi que nosso filho estava afundando, e o Diogo o segurava, para tentar salvá-lo. Comecei a gritar, pedindo socorro. Um rapaz se dispôs a me ajudar, e ele conseguiu chegar até onde o Diogo estava. Esse homem conseguiu pegar o meu filho para tirar da água, porque o Diogo já não tinha mais forças", explica a jovem.
A criança foi entregue a ela, que a levou para um local seguro, mais próximo da areia. Então, ela decidiu retornar para tentar salvar o marido. "Quando eu me virei, vi que ele estava bem mais no fundo, com a cabeça baixa já, só levantou a mão, como se estivesse pedindo socorro. Eu comecei a gritar, desesperada, para que alguém chamasse por socorro, pelos bombeiros, por qualquer coisa", relembra.
Ainda segundo Débora, outros banhistas entraram no mar para tentar chegar próximo de Diego, mas não conseguiram, pois a correnteza estava muito forte. Em determinado momento, o policial afundou. Ela foi retida por várias pessoas, para não ir atrás do marido e correr o risco de também se afogar. Em poucos instantes, os salva-vidas iniciaram as buscas, mas só o encontraram cerca de 40 minutos depois, já sem vida.
"Ele deu a vida pelo nosso filho. Eu queria ter salvado ele também. Eu tentei, mas não deu. Ele foi um herói, e ia fazer isso de todo o jeito", afirma emocionada.
Após o encontro, o corpo de Diogo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, onde passou por exame necroscópico. O enterro foi realizado na tarde desta quarta-feira (30), no Cemitério Metropolitano de São Vicente, cidade natal do cabo da PM, e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que está na região para passar o fim de ano.
Afogamento
O afogamento de Diogo ocorreu na tarde de terça-feira (29), na Praia do Suarão. Ele estava de folga, desarmado e usando trajes civis. Os bombeiros foram acionados para salvar a vítima às 16h20, e rapidamente compareceram ao local. A equipe se mobilizou para encontrá-lo, porém, pouco depois, por volta das 17h10, outro setor do GBMar foi acionado para atender à localização de um corpo no mar, em outro ponto da praia.
O policial era morador de Itanhaém, mas integrava a 1ª Companhia do 13° BPM/M, localizado na capital paulista. Ele estava compondo o efetivo da Operação Verão na Baixada Santista, na cidade de Mongaguá.