Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Covid causou 1 em cada 5 mortes na cidade de SP em 2020

Capital teve 14% mais mortes que em 2019, mostra levantamento.

O ano de 2020 na cidade de São Paulo registrou 14% mais mortes que 2019, e uma em cada cinco delas teve como causa do óbito a Covid-19. Segundo os dados mais recentes do Programa de Aprimoramento de Informações sobre Mortalidade (Pro-AIM), da Prefeitura de São Paulo, até 30 de dezembro a capital registrava 82.647 mortes com data definida, contra 72.284 em todo o ano anterior.

Dessas, 16.209, ou 19,7% do total, foram confirmadas por Covid-19, e 6.372 (7,7%) constam até hoje como "suspeitas" da doença.

Leia também

As informações do Pro-AIM se referem às mortes por causas naturais, e não incluem as mortes violentas ou em acidentes de trânsito. Por causa do atraso de notificação, os dados referentes a 2020 ainda podem aumentar.

Comparação com 2019

Em 2020, a grande maioria das doenças registraram queda de mortes em relação ao ano anterior. Segundo epidemiologistas, esse pode ser também como um efeito indireto da pandemia, tanto por causa do isolamento social durante a quarentena quanto devido ao fato de que pessoas que morreriam por outras causas ao longo do ano acabaram perdendo a vida para o novo coronavírus.

No entanto, os dados do Pro-AIM indicam que algumas causas de morte registraram aumento em relação a 2019.

A categoria de "causas mal definidas", por exemplo, mantinha 3.939 registros em 30 de dezembro. Em 2019, foram 2.560. O aumento é de 54%.

Já as doenças hipertensivas tiveram aumento de 30% (2.037 para 2.638), enquanto a insuficiência cardíaca registrou alta de 12% (1.367 para 1.530). As mortes classificadas com a causa "obesidade" avançaram 8%, de 165 para 179.

Para a professora Marcia Furquim de Almeida, que dá aulas na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), esse chamado "excesso de mortes" pode ser um impacto indireto da pandemia.

"Os portadores destas doenças ficam com medo de procurar serviços de saúde, ou morrem devido a complicações pela falta de tratamento necessário e pela saturação dos serviços de saúde", explicou ela.

A especialista ressalta, porém, que esse tipo de impacto ainda precisará ser estudado nos próximos anos, para avaliar o impacto não só na queda ou aumento absolutos de mortes, mas também a variação da taxa de mortalidade de cada doença, que é calculada considerando o perfil da população.

Covid-19: Mais de 6 mil pessoas que morreram em 2020 na capital paulista não tiveram a confirmação.

Principal causa de morte

A Covid-19 foi a principal causa de morte na cidade, matando quase o triplo que a segunda causa, as doenças isquêmicas do coração, como o enfarto, que tirou 6.903. Também matou quatro vezes mais que os acidentes de trânsito (4.514 até novembro, segundo o balanço preliminar do Infosiga) e dez vezes mais que o câncer de pulmão.

De acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) tabulados pelo Instituto Sou da Paz, as mortes violentas na capital chegaram a 894 até o terceiro trimestre do ano. Isso quer dizer que a pandemia matou 18 vezes mais que a violência urbana.

A terceira maior causa de mortes na cidade foi a classificada como "suspeita de Covid-19", ou seja, os casos em que não foi possível nem confirmar nem descartar a doença. No total, 6.372 pessoas estavam nessa situação.

Impacto na expectativa de vida

Marcia Furquim diz que o volume de mortes provocadas pela Covid-19 deve reduzir a esperança de vida média da população paulistana e em outras partes do Brasil, além de possivelmente alterar o perfil populacional.

"A esperança de vida é o cálculo que você faz de qual é a expectativa de vida. Eu acho que nós vamos ter uma queda da expectativa de vida do município de São Paulo", afirmou ela.

"Provavelmente, como você tem uma maior mortalidade também dos idosos, você deve ter uma mudança do perfil da própria população, porque o impacto foi muito grande entre os idosos. E também, se você parar para pensar, o impacto também foi muito maior entre os afrodescendentes e na população que reside mais na periferia de São Paulo."

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas