O cineasta Cadu Barcellos, assassinado a facadas no Centro do Rio, será enterrado nesta quinta-feira (12) no Cemitério da Penitência, no Caju.
O crime ocorreu por volta de 3h de terça-feira (10). Cadu havia saído da Pedra do Sal, no Santo Cristo, de carona em um carro de aplicativo com uma amiga, que seguia para a Zona Sul, e desembarcou alguns quilômetros depois, no Centro.
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Testemunhas contaram que ele veio da Rua da Conceição já ferido, pedindo ajuda e caiu na Avenida Presidente Vargas, esquina com a Rua Uruguaiana.
'Cinco vezes favela'
Cadu Barcellos foi codiretor do longa "Cinco vezes favela ? agora por nós mesmos" e fez trabalhos para a televisão e para a internet. Cacá Diegues, um dos diretores do filme, lamentou a perda.
"Quando nós resolvemos produzir 'Cinco vezes favela - agora por nós mesmos' apenas com moradores de favela, um dos destaques que nós tivemos logo foi o Cadu Barcellos. Ele era tão inteligente, tão bem-humorado, tão talentoso, que nós demos a eles um dos episódios. Isso me deixa muito mal por ele, que foi uma pessoa que conheci muito, que foi muito meu amigo, como também pelo Rio de Janeiro que tá uma cidade impossível de se viver", afirmou.
Cadu também era assistente de direção no programa Gregnews e no canal Porta dos Fundos. Ele trabalhou ainda como produtor e dançarino.
Cria da Maré, fundou a página "Maré Vive" que retrata a realidade do complexo em uma rede social.
"Acho que a semente que o Cadu plantou vai ser colhida por muitos e muitos anos e gerações. Muita gente com certeza se inspirou e vai continuar se inspirando nesse legado que é o Cadu Barcellos".
A ONG Redes da Maré também publicou uma homenagem a ele.
"Hoje a #RedesdaMaré amanhece em LUTO pelo assassinato brutal do jovem e nosso querido amigo Cadu Barcellos. Nosso amor à família, que faz parte da nossa história, aos amigos e parceiros desse jovem que tanto produziu pelo nosso território".
Amigo desabafa
Segundo o amigo William Oliveira, "Cadu foi assassinado possivelmente por conta de um celular, um Riocard e um punhado de reais".
"Acho que ele é um exemplo pra todo jovem de comunidade, de batalhar pela cultura. E a gente tá perdendo. Hoje é mais um filho que a mãe perde, mais um pai que o filho perde, mais um amigo, profissional. Acho que todo mundo perde, né? Acho que a gente tá atravessando essa guerra, esse problema gigantesco de segurança pública e acaba que ele foi mais um número desse, infelizmente, e é com muito pesar que a gente tá aqui".
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