Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Caso Mari Ferrer: MP de SC diz que vídeo de audiência foi manipulado

Ministério Público diz que promotor de justiça interveio quando o advogado do réu teve atitudes desrespeitosas com a jovem.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu nesta quarta-feira (4) que o Poder Judiciário retire o sigilo do vídeo da audiência do caso Mariana Ferrer. Segundo o órgão, o trecho divulgado na véspera foi manipulado. A jovem acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, durante uma festa em um beach club de Florianópolis. Ele foi absolvido pela Justiça. O MPSC quer que os órgãos de controle tenham acesso à íntegra da audiência.

O vídeo foi publicado nesta terça-feira (3) pelo site The Intercept Brasil. Na gravação, o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, exibe fotos sensuais feitas por Mariana Ferrer quando era modelo profissional, definindo-as como "ginecológicas"; ele afirma ainda que "jamais teria uma filha" do "nível" de Mariana e, ao vê-la chorar, diz: "Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo." O tratamento dado à jovem durante o julgamento provocou indignação.

Leia também

Nesta quarta, o Ministério Público afirmou que o promotor de justiça do caso interveio quando o advogado do réu teve atitudes desrespeitosas com a jovem. "Além dessa manifestação, a íntegra do vídeo apresenta inúmeras outras interrupções promovidas pelo Promotor de Justiça, pelo defensor público que atuava como assistente de acusação e pelo Juiz, presidente do ato, inclusive nos momentos que foram editados para, propositalmente, excluir as intervenções realizadas em favor de Mariana", diz nota divulgada pelo MPSC.

O órgão disse ainda que repudia a atitude do advogado de defesa e destacou que "a exploração de aspectos pessoais da vida de vítimas de crimes sexuais não pode, em hipótese alguma, ser utilizada para descredenciar a versão fornecida por ela aos fatos".

O Poder Judiciário informou que o pedido do Ministério Público foi feito dentro do processo judicial e não havia decisão até as 17h40 desta quarta.

No vídeo da audiência divulgado na terça, é possível ver que a jovem reclamou do interrogatório para o juiz. "Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?", diz ela.

O juiz avisa Mariana que vai parar a gravação - a audiência foi feita por videoconferência - para que ela possa tomar água e pede para o advogado manter um "bom nível".

A defesa de Mariana Ferrer repudiou a sentença do Poder Judiciário catarinense e reforçou que só a vítima pode afirmar se houve ou não consentimento, não o promotor ou o juiz.

Mais cedo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina enviou nova nota sobre o caso. Afirmou que as imagens divulgadas são de uma audiência feita em julho. Na nota, também disse que "o Poder Judiciário de Santa Catarina vem a público manifestar sua contrariedade a qualquer forma de ofensa ou agressão às pessoas envolvidas no processo, bem como à divulgação de imagens protegidas por segredo de justiça".

O advogado do réu, Claudio Gastão da Rosa Filho, enviou nova nota nesta quarta, em que afirmou que "A audiência foi tensa e os embates entre a defesa e Mariana foram constantes e longos. Mariana mencionou as minhas filhas menores e aspectos pessoais da minha vida, algo que raramente é feito pela parte de um processo em relação a um advogado que nele atua".

Também disse que "As dinâmicas entre a acusação e a defesa, especialmente em casos mais complexos, abrangem aspectos relacionados a hábitos, perfis, relacionamentos e posturas das pessoas envolvidas. Por isso fiz indagações a Mariana a respeito desses pontos. Isso fazia parte do que estava em discussão nos autos e é decorrência do direito à defesa e da busca da verdade".

Mais reações

Na tarde desta quarta, houve protesto em favor da jovem no Centro de Florianópolis. O grupo começou a manifestação em frente ao prédio do TJSC e andou por ruas do bairro. O protesto terminou em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen).

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e a Associação de Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia (APD) protocolaram junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta quarta uma representação contra o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho.

Em nota, as entidades dizem que "Para os juristas, a atitude de Cláudio Gastão na audiência tem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, ao agir de forma incompatível com a ética, o decoro e o dever de respeito à dignidade da pessoa humana".

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas