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Brigadeiro do bem ajuda mãe a pagar tratamento de bebê com Down em SP

Carolina vende doces na internet e já recebe doações até de fora do país

Aos 5 meses de idade, o pequeno Henri ainda não pode provar o sabor dos brigadeiros feitos pela mãe Carolina Heras, de 20 anos, mas são os doces que veem ajudando o bebê a crescer forte e saudável. Henri tem síndrome de Down e foi diagnosticado com cardiopatia congênita ao nascer.

Logo no primeiro mês de vida, o menino precisou passar por uma complexa cirurgia no coração. Para pagar parte do tratamento médico, Carolina lançou o "brigadeiro do bem" e está conquistando o paladar e a solidariedade de amigos e desconhecidos. "Acho que se não fossem os doces e essa corrente, ele não teria saído dessa", diz a mãe.

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Diagnóstico e tratamento

A descoberta de que Henri nasceria com uma síndrome aconteceu quando Carolina estava na 12ª semana de gestação. Um exame conhecido com translucência nucal apontou que o bebê tinha uma doença, mas não identificou qual era. A vendedora foi orientada a passar por outro teste, mais específico, mas descartou a ideia ao saber que havia riscos ao feto.

Henri nasceu com 37 semanas e a mãe foi informada da possibilidade de o filho ter síndrome de Down. "Fizeram o exame cariótipo e depois de trinta dias a gente teve a confirmação da síndrome de Down. No dia seguinte que ele nasceu a gente ficou sabendo da cardiopatia".

Para Carolina, a família passou por dois grandes choques de uma só vez, mas a cardiopatia congênita deixou todos muito preocupados. Logo nos primeiros dias de vida, o bebê foi levado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e passou por uma cirurgia. Segundo a mãe, Henri aspirava todo o leite ingerido.

"Ele não conseguia coordenar a aspiração com a deglutição. A primeira internação dele foi por causa de uma pneumonia aspirativa. Ele ficou internado 20 dias na UTI, resolveram operar um dos problemas dele no coração. Nós tentamos ir para casa com ele de sonda, mas não deu certo porque ele arrancava a sonda e começou a aspirar de novo o leite".

Segundo o cirurgião cardiovascular Francisco Fernandes Moreira Neto, que cuida do caso, Henri tem uma malformação nas partes que fazem a comunicação do coração e permitem o funcionamento normal do órgão.

Moreira Neto explica que o menino passou por uma cirurgia paliativa, mas que terá que ser submetido a outro procedimento definitivo quando ganhar mais peso. "O grande problema é que o fluxo de sangue que vai para o pulmão é muito grande, e isso provoca hipertensão pulmonar, que é a parte mais complicada. Na paliação, a gente faz uma bandagem e diminui o tamanho dessa artéria pulmonar, de modo que o sangue não passe com tanta força ou com tanto fluxo para o pulmão, e a pressão, portanto, diminui".

No Brasil, segundo o médico, estima-se que nasçam mais ou menos 8 mil crianças com Down por ano. De acordo com especialista, destes bebês, cerca de 4 mil são cardiopatas.

Brigadeiro do bem

Como o bebê é especial, outros cuidados são demandados. Despesas com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional não são cobertas pelo plano e também não estavam no orçamento. Foi aí que Carolina teve a ideia de transformar os brigadeiros, que já gostava de fazer, em uma ação solidária. Pelas redes sociais, ela passou a divulgar a história do filho e a vender os doces.

"A primeira publicação que eu fiz sobre a venda dos doces para o tratamento do Henri teve mais de 200 compartilhamentos. O meu inbox ficou cheio de mensagens, foram muitos pedidos, muitas encomendas. Pessoas do Canadá e da Califórnia vieram falar comigo, gente que nem queria os brigadeiros, queria fazer depósito na minha conta só para ajudar no tratamento do meu filho", lembra.

De lá para cá, Carolina não parou de receber encomendas. A família, avós, tios, cunhada, todo mundo acabou abraçando o brigadeiro do bem. Com o dinheiro recebido de pessoas próximas e de gente que se comoveu com a história, a jovem dá sequência ao tratamento de Henri.

"A fono ensina ele a engolir, ela coloca aparelhos nele para estimular a sucção e deglutição e agora ele precisa pegar ritmo para mamar porque ele ainda não sabe o que ele faz com o leite na boca. A fisioterapeuta e a terapeuta ocupacional vão estimular a coordenação motora dele, e a respiratória também", explica a mãe.

Fora do hospital desde setembro, Henri aguarda em casa, ao lado da família, o tempo certo para fazer a cirurgia corretiva. "Eu estou muito feliz de ver o meu bebê tão bem. Em casa, ele está desenvolvendo muito mais rápido. Ele já consegue segurar a cabecinha, consegue prestar mais atenção, está engordando. Se não fossem os doces e toda essa corrente, acho que eu não teria conseguido", afirma Carolina.

A expectativa do médico de Henri é que ele seja operado novamente quando completar 2 anos de vida. Moreira Neto frisa a importância de se fazer um pré-natal bem cuidadoso.

"O que eu acho mais importante é a gente educar a população de que precisa ser feito o diagnóstico pré-natal. Esse realmente é o que diminui a mortalidade. A gente precisa orientar as mães, elas precisam saber como a criança vai ser, como ela tem que fazer, o que elas vão fazer, como a criança vai se comportar. Você vê quantas variáveis tem numa situação dessas? O mais importante é esse papel de divulgar para a população", diz.

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