Entre os e-mails da equipe de ajudantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviados à CPI do 8 de janeiro, está um documento que comprova a entrega da faixa presidencial seis dias antes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse. Até então, havia dúvidas quanto à presença de Bolsonaro na cerimônia do sucessor, que ocorreu em 1º de janeiro.
Um recibo a que o Metrópoles teve acesso revela a entrega de duas faixas e um broche ao Cerimonial da Presidência da República ainda em 26 de dezembro. No documento, Eduardo Maragna Guimarães Lessa, chefe adjunto do cerimonial, acusa o recebimento dos itens por meio da Ajudância de Ordens da Presidência da República. As faixas e os broches são avaliados em R$ 261.780.
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Bolsonaro foi um dos poucos presidentes a se recusar a participar da cerimônia de posse do sucessor. Apesar de não haver qualquer obrigação quanto à passagem da faixa, o gesto é interpretado como um respeito ao rito democrático de transferência de poder
O documento foi postado quatro dias antes da comitiva embarcar para os Estados Unidos. Em 30 de dezembro, Bolsonaro e a equipe de assessores deixaram o Palácio do Planalto em carros descaracterizados e embarcaram no Airbus 319 da Força Aérea Brasileira (FAB). O destino era Orlando, no estado da Flórida, nos Estados Unidos.
Valor milionário de itens enviados por Bolsonaro
A faixa presidencial segue especificações rígidas estabelecidas por meio de decreto. Deve ser obrigatoriamente produzida em seda, nas cores verde e amarelo. Sobre o tecido, há um escudo da República bordado em ouro.
No documento a que o Metrópoles teve acesso, a lista de itens acompanha o valor estimado de cada um deles. O mais caro é uma faixa produzida em seda, com um brasão bordado em fios de ouro. O item custa R$ 110 mil.
Outra faixa, essa sem o bordado em fios de ouro, alcança valor de R$ 55 mil. O cerimonial também recebeu de Bolsonaro um broche confeccionado em ouro amarelo 18 quilates, contendo detalhes em ouro 19 quilates, além de 21 diamantes. Esse item com custo de R$ 96,7 mil.
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