O corpo do cineasta Fábio Barreto é velado no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio, na manhã desta sexta-feira (22). A cerimônia de cremação estava prevista para as 15h.
Fábio morreu na quarta-feira (20), após ficar em coma por nove anos. O cineasta estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul da cidade.
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"Como ser humano, ele deixou um rastro de bondade - ele era um servidor do bem. Portanto, atraiu tudo o que tinha de melhor. Ele nunca agiu em função de nada que fosse negativo. Ele sempre me dizia para pensar positivo, nunca negativo. Por acaso foi punido por um acidente fatal. Na verdade, o Fábio morreu naquele 19 de dezembro de 2009. O que veio depois, foi resistência dele", disse o produtor Luiz Carlos barreto, pai de Fábio.
"Durante todo esse período, ele tinha uma mínima consciência do que estava em volta através dos sons, o que estabeleceu uma linguagem entre nós. Com isso, ao longo desses 10 anos aprendi a conviver com a morte".
Sobre a obra do filho, Barreto disse que Fábio era um cineasta preocupado sobretudo com temas humanos.
"Toda a filmografia dele é baseada nisso. "Índia - A filha do sol", "O quatrilho", "A paixão de jacobina", "Bela Donna", "Luzia homem" - todos esses filmes deixam essa abordagem bem clara. Ele iniciou alguns projetos que tentaremos levar adiante. Acho que essa é a melhor forma de homenageá-lo".
Ele sofreu um acidente grave de carro em dezembro de 2009 e estava em coma desde então.
Trajetória
Fábio Villela Barreto Borges nasceu no Rio de Janeiro e tinha 62 anos.
Irmão do também cineasta Bruno Barreto, Fábio iniciou sua carreira como diretor de cinema em 1977. Ele é filho do cineasta Luiz Carlos Barreto e da produtora Lucy Barreto.
Ele dirigiu 13 filmes, com destaque para "O quatrilho", de 1995. O drama foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A história era sobre as idas e vindas românticas de dois casais que dividem a mesma casa em uma comunidade rural de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul.
Fábio também dirigiu o filme "Lula, o filho do Brasil". Lançado em 2009, ele é baseado no livro de Denise Paraná. O roteiro reconta a infância pobre do ex-presidente, recria a relação com a mãe e retrata o passado como sindicalista. Foi o último filme dirigido por Barreto.
Antes, ele também havia dirigido filmes como "Índia, a Filha do Sol", de 1982, e "A paixão de Jacobina", de 2002. Na TV Globo, dirigiu um episódio da série "Você Decide", em 1998.
Na televisão, foi um dos responsáveis pela versão brasileira de "Desperate Housewives", na Rede TV!. "Donas de Casa Desesperadas" rendeu 23 episódios entre 2007 e 2008.