Ex-secretário dos Direitos da Criança e do Adolescente, pasta vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, o advogado Ariel de Castro lamentou as denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, mas se disse “aliviado” que elas tenham vindo à tona.
“Eu soube que muitos colegas que iniciaram comigo deixaram o ministério por desrespeitos do ministro”, disse Castro ao Metrópoles, ao comentar as denúncias que mulheres fizeram contra Almeida à organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual.
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O caso foi revelado nesta quinta-feira (5/9) pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles. Entre as supostos vítimas de assédio sexual, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A exoneração de Castro, que ficou menos de cinco meses à frente do cargo, ocorreu em meio a uma série de desentendimentos entre ele e o ministro. Na ocasião, o advogado declarou que Almeida ficou “melindrado” por ele ter participado de uma reunião com a primeira-dama Janja sem a presença do titular da pasta.
“Quando saí, em maio de 2023, fiquei sabendo que ele e alguns dos assessores dele, a mando dele, justificaram que eu não teria competência e que era insubordinado, porque não aceitava ordens de um ministro negro, dando a entender que eu seria racista. Sofri muito com isso. Mas agora a verdade apareceu, e o país todo sabe quem ele é”, declarou o advogado.
“Hoje estou aliviado”, acrescentou Castro.
O advogado também afirmou entender ser difícil manter Almeida no cargo e disse que, “se ele errou, que responda”.
“Acho que ficou difícil ele se manter na função. Gerou um descrédito na luta pelos direitos humanos no Brasil. A imagem dessa luta histórica e fundamental saiu bastante abalada. Momento triste pra todos nós que militamos nessa área”, disse.
Segundo o colunista Igor Gadelha, as denúncias sobre supostos episódios de assédio sexual do ministro já eram conhecidas por integrantes do primeiro escalão do governo Lula.
Silvio Almeida nega acusações
Em nota divulgada nesta quinta, Silvio Almeida negou as acusações e disse que acionará a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça para que apurem uma suposta “denunciação caluniosa” contra ele.
"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", diz o texto.