
Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi afirmou que vai pedir a anulação da delação do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. A declaração foi dada ao Estúdio I, da GloboNews.
Questionado se pedirá a anulação da delação, Vilardi respondeu: "Evidentemente que sim".
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"O surpreendente é que eu tenha que pedir a anulação. Nós estamos tratando de um processo de golpe de estado que seria um golpe no estado democrático", disse Vilardi.
Parte do conteúdo da delação foi utilizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em denúncia contra Bolsonaro no caso da tentativa de golpe de estado, em 2022. Nesta quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornou público as gravações da delação.
Vilardi criticou a condução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em depoimentos dados por Cid. Ele comparou com a Lava Jato, operação que condenou políticos e, posteriormente, teve uma série de anulações das decisões -- entre elas as envolvendo o presidente Lula (PT).
"O que nós estamos vendo que se sucedeu a respeito dessa delação, cadê os juristas, cadê os advogados que criticaram a Lava Jato? Qual é o recado que nós vamos passar ao país admitindo uma delação como essa?", questionou.
Julgamento no plenário do STF
O defensor de Bolsonaro afirma na entrevista que pedirá ao Supremo Tribunal Federal que o julgamento do ex-presidente aconteça no plenário da Corte. Vilardi diz ainda que a principal linha defesa é mostrar que o ex-presidente não participou da trama golpista.

"Como pode se fazer um julgamento na turma? Nós temos uma regra. Eu vou [pedir para que seja no plenário]. Estou estudando a forma de pedir. Existe uma norma constitucional para julgamento de presidente da República", disse.
Segundo ele, a principal linha de defesa "será demonstrar que o presidente Bolsonaro não participou dos fatos descritos". "Essa estratégia se baseia na própria inconsistência da denúncia."
Denúncia da PGR
Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao STF uma denúncia formal contra o Bolsonaro e um grupo de aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas.
O documento aponta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que praticou atos contra a democracia e tinha um "projeto autoritário de poder".