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18% dos adultos tiveram Covid na cidade de SP, estima pesquisa

Estudo realizado pelo Grupo Fleury, Instituto Semeia, IBOPE Inteligência e Todos pela Saúde está em sua terceira fase e recolheu 1.470 amostras

Um estudo realizado pelo Grupo Fleury, Instituto Semeia, IBOPE Inteligência e Todos pela Saúde mostrou que uma em cada 5 pessoas de baixa renda teve contato com o coronavírus na cidade de São Paulo. A pesquisa estima ainda que 1,5 milhão de pessoas, ou 17,9% da população com 18 anos ou mais, já tiveram contato com o SARS-CoV-2 na capital.

A pesquisa analisou 1.470 amostras de sangue de moradores da capital paulista espalhadas por 115 distritos censitários entre os dias 20 e 29 de julho de 2020. Para análise dos resultados, o estudo considerou três estratos socioeconômicos (maior renda, renda intermediária e menor renda).

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A pesquisa concluiu que 22% dos Indivíduos classificados com menor renda (até R$ 3.349) já tiveram contato com o coronavírus, na população de renda intermediária (entre R$ 3.350 a R$ 5.540) 18,4% e na de renda mais alta (mais de R$ 5.541) cerca de 9,4%.

A pesquisa ainda identificou que o contato com o coronavírus era inversamente proporcional ao nível educacional, sendo de, 23,7% naqueles que chegaram a cursar o ensino fundamental, 17,5% naqueles que cursaram o ensino médio e 12,1% naqueles com ensino superior.

O estudo está em sua terceira fase e nessa etapa os pesquisadores utilizaram dois tipos de testes sorológicos, que verificam a presença de anticorpos para a SARS-CoV-2, para analisar as amostras.

A inclusão de um novo tipo de teste ajudou a detectar com mais precisão a presença de anticorpos nas amostras coletadas. Agora, além do exame de quimioluminescência para detecção de IgG e IgM separadamente, foi acrescentado o teste de eletroquimioluminescência para identificação de anticorpos totais.

Na fase da pesquisa apresentada no início de julho foi constatado que pelo menos 11,4% da população haviam tido contato com o vírus, utilizando apenas o mesmo tipo de teste, o resultado do estudo apresentado nesta segunda (10) foi de 11,5%. Com a inclusão do novo teste sorológico na análise das amostras, o percentual de pessoas com mais de 18 anos que já tiveram contato com o SARS-CoV-2 na capital paulista subiu para 17,9%.

De acordo com o diretor clínico do Fleury e um dos coordenadores da pesquisa, Celso Granato, as amostras coletadas nas pesquisas anteriores ainda serão submetidas ao novo teste, mas, mesmo assim, já é possível observar uma certa estabilidade nos dados e um crescimento menos acentuado do que entre as fases anteriores.

"Como tinha tido um avanço importante da primeira coleta para segunda, nós achamos que da segunda para terceira poderia ter esse aumento, então, a nossa preocupação era nesse sentido, e isso felizmente não aconteceu", afirma Granato.

"Agora nas próximas semanas nós vamos pegar as amostras antigas e fazer também com teste novo, mas não temos essa expectativa de que aumente não, eu acho que nós entramos aparentemente em uma relativa estabilidade. Essa é uma estabilidade ruim, uma estabilidade em um valor muito alto, mas a impressão que tem é que em relação ao que a gente estava tendo da primeira para segunda coleta parece que houve uma modificação sim", completa.

Terceira fase

Os resultados obtidos nesta segunda-feira (10) fazem parte da terceira fase do estudo que busca mapear a Covid-19 na cidade de São Paulo, o projeto contará com seis etapas e em cada uma delas serão colhidas amostras de cerca de 1.160 pessoas espalhadas pela capital paulista.

A escolha dos participantes da pesquisa foi feita por meio de sorteio. Segundo o diretor clínico do Fleury e um dos coordenadores da pesquisa, Celso Granato, o motivo é para assegurar que a pesquisa apresente um resultado mais próximo da realidade.

"O IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] divide a cidade em distritos censitários e aí a gente faz um sorteio, escolhe uma parte desses distritos censitários, aí dentro de cada distrito censitário a gente faz um sorteio para pegar qual é a casa que a gente vai e depois dentro de cada casa a gente sorteia qual é a pessoa que vai ser convidada a participar. Isso porque a gente quer ter uma mostra que seja totalmente aleatória, totalmente ao acaso e a gente acredita que dessa forma você tem uma representatividade mais próxima da realidade", disse Granato em entrevista ao G1 em junho.

Segunda Fase

No início de julho, os pesquisadores divulgaram a primeira etapa do projeto que mostrou que o percentual de pessoas que se infectaram com o coronavírus chega a ser 2,5 vezes maior em bairros pobres da cidade de São Paulo em comparação aos mais ricos.

De acordo com a pesquisa, o percentual de pessoas que tiveram contato com o SARS-CoV-2 nos distritos mais ricos era de 6,5%, enquanto que nos mais pobres a taxa era de 16%. Ao todo, foram recolhidas 1.183 amostras de pessoas com mais de 18 anos em todos os 96 distritos de São Paulo entre os dias 15 e 24 de junho.

Ainda, segundo o estudo, o percentual de indivíduos que tiveram contatos com o SARS-CoV-2 na cidade de São Paulo era de 11,4%. O levantamento também apontou que a soroprevalência era 2,5 vezes maior em pessoas adultas pretas do que brancas (19,7% contra 7,9%). Habitações com 5 ou mais pessoas apresentavam soroprevalência quase duas vezes maior quando comparadas com residências com apenas um ou dois moradores (15,8% contra 8,1%).

Projeto piloto

Em maio, especialistas da USP, Grupo Fleury, Instituto Semeia e IBOPE Inteligência realizaram um projeto piloto que testou 520 moradores de seis bairros da capital paulista, considerados com maior número de casos e de mortes por 100 mil habitantes e concluiu que que o número de pessoas infectadas na cidade de São Paulo poderia ser até 12 vezes maior que o divulgado oficialmente. O percentual de pessoas que tinham tido contato com o coronavírus foi de 5,19%.

O diretor clínico do Fleury e um dos coordenadores da pesquisa, Celso Granato, diz que o projeto piloto realizado em maio auxiliou na estruturação da pesquisa que está sendo realizada, a qual terá uma duração mais longa e alcançará um número maior de pessoas.

"A gente percebeu, por exemplo, que as pessoas têm medo. São Paulo é uma cidade perigosa, então, você bate na porta de alguém falando ?olha, eu vim aqui colher seu sangue para fazer uma pesquisa', é uma coisa que assusta um pouco as pessoas, ainda mais em uma época de pandemia, então, a gente reconsiderou, aprendeu e agora estamos começando essa nova fase", conta Celso em entrevista ao G1.

Testes sorológicos

Os testes utilizados pelos pesquisadores são do tipo sorológico, ou seja, eles detectam a presença de anticorpos do tipo IgM (imunoglobina M) e IgG (Imunoglobina G), que combatem a Covid-19 no organismo. De acordo com especialistas, o exame detecta a presença do IgM no sangue do paciente, no mínimo, a partir do 7º dia do início das manifestações clínicas e do IgG a partir do 10º dia.

De acordo com Granato, no projeto piloto os pesquisadores verificaram que algumas amostras apresentaram resultados inconclusivos, nem positivos, nem negativos para a presença dos anticorpos e, por isso, algumas pessoas tiveram que refazer o exame depois de alguns dias.

"Quando a pessoa cai nessa faixa, a gente liga para pessoa, comunica o resultado, como a gente faz com todo mundo, mas a gente explica para a pessoa o que aconteceu com ela e pede para deixar passar três ou quatro dias para colher outra mostra, é lógico que isso é exceção, 5% dos casos, até menos que isso, mas a gente tem que contar com essa possibilidade e quando você colhe mais de uma amostra três ou quatro dias depois e a pessoa está transitando de negativo para positivo, você consegue pegar essa mudança, então, isso foi um aprendizado que a gente teve", relata.

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