Você sabia que aproximadamente 1 em cada 10 pessoas tem algum tipo de doença nos rins?
A doença renal crônica (DRC) pode ser desencadeada por diversos fatores, e uma vez estabelecida, leva à perda progressiva da função dos rins, até que haja necessidade de substituição desse órgão, seja através da diálise ou de transplante.
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Neste dia 14 de março, será realizada a Campanha do Dia Mundial do Rim, idealizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, em sua 18ª edição, com o tema: “SAÚDE DOS RINS (& exame de creatinina) PARA TODOS: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento”.
O intuito da campanha, é conscientizar a população quanto às doenças renais, com ênfase na importância do diagnóstico precoce e acesso ao tratamento adequado.
A adoção de uma alimentação saudável é uma das principais medidas para a prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, incluindo a DRC.
Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, “alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, mas também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares”.
Entendendo que todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar, a orientação é que procure ter uma alimentação mais diversificada o possível, a fim de garantir não só carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, mas também o prazer em se alimentar, em compartilhar preparações, fazer do momento de refeição um momento de conexão seja com sua cultura, seja com outras pessoas – não um momento de angústia e temor, como ainda acontece com muitas pessoas quando são diagnosticadas com DRC, por tantos mitos e tabus ainda existentes quanto à nutrição em nefrologia.
Pensando na qualidade do que se consome, o próprio Guia Alimentar, traz a importância de ter como base da alimentação os alimentos in natura ou minimamente processados (incluem variedade de grãos, tubérculos e raízes, legumes e verduras, frutas, leite, ovos, peixes, carnes e também a água); utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades nas preparações culinárias; limitar o uso de alimentos processados (incluem alimentos em conserva, frutas em calda, queijos e pães com adição de sal e leveduras), consumindo-os em pequena quantidade; e evitar os alimentos ultraprocessados (incluem, por exemplo, biscoitos recheados, refrigerante, salgadinho de pacote, macarrão instantâneo).
Os principais pontos para prevenção e controle da DRC, não fogem disso:
Controle da pressão arterial e redução do consumo de sódio: manter a pressão arterial adequada é essencial para a saúde renal. Ajustar o consumo de sódio é fundamental, já que seu excesso pode levar ao aumento da pressão arterial, por exemplo, prejudicando os rins. Optar por ervas e especiarias para realçar o sabor dos alimentos é uma alternativa saborosa e saudável, além de evitar o consumo de produtos ricos em sódio, como os ultraprocessados.
Controle da glicemia: um dos principais fatores de risco para desenvolvimento e progressão de DRC, é o mau controle da glicose no sangue. Consumir alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, como frutas, verduras e legumes, bem como grãos integrais; incluir boas fontes de proteína e gordura; evitar açúcar de mesa e doces em geral são algumas recomendações para quem requer esse controle.
Hidratação adequada: os rins são responsáveis pela eliminação de resíduos e toxinas do nosso corpo, precisando de hidratação suficiente para desempenhar essa função. Adicionalmente, a água age impedindo a formação de cálculos renais (pedras nos rins), e também auxilia na prevenção de infecções do trato urinário, por exemplo. Manter-se hidratado é fundamental para a saúde renal e funcionamento do organismo como um todo. Em casos específicos de doenças renais, pode ser necessário maior controle da ingestão de líquidos, a ser orientado por seu nefrologista e nutricionista.
Proteínas: a dieta com redução de proteína (suas fontes principais incluem ovos, peixes, carnes, leite e derivados, entre outros) é um dos pilares do tratamento conservador (período que antecede a diálise) da DRC, desde que seja feito acompanhamento adequado desse controle, para que o paciente não caminhe para desnutrição.
Controle de fósforo e potássio: em pacientes com doença renal, o controle de minerais como fósforo e potássio pode estar prejudicado, uma vez que dependem do adequado funcionamento dos rins. As porções das principais fontes desses nutrientes, devem ser orientadas por um profissional habilitado, sempre de acordo com seus exames.
Um nutricionista especializado será seu grande aliado para adaptar sua dieta às necessidades individuais com segurança e sem restrições desnecessárias. Investir na saúde dos rins é investir no bem-estar geral e na qualidade de vida. Não deixe para depois!
“A doença renal crônica pode ser prevenida, e se diagnosticada de forma precoce, pode ser controlada.”
Marina Demas
Nutricionista formada pela Universidade Federal de Alagoas; Especializada em Nutrição em Nefrologia e em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral; Mestranda em Ciências Médicas, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas; Nutricionista clínica do Hospital MedRadius; e Supervisora do Serviço de Nutrição do Hospital Metropolitano de Alagoas.
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