
Envelhecer ainda assusta muita gente. Durante muitos anos, na nossa sociedade, o envelhecimento foi associado à perda de função, perda de autonomia. Mas não precisa ser assim. Primeiro, basta você entender que é um privilégio envelhecer. O idoso é um jovem que deu certo, e só não envelhece quem morre jovem.
Segundo, hoje já temos muito conhecimento fundamentado na ciência sobre como envelhecer bem. Mas veja bem, eu não estou dizendo sobre parar de envelhecer (isso é inevitável), eu digo sobre manter nossa independência, autonomia, função e individualidade durante esse processo. E que esse processo pode ser bom!
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Você sabia que aumentamos nossa criatividade com o processo de envelhecimento? E que os grandes nomes da humanidade fizeram seus maiores feitos com mais idade? Então, imagine só: manter nossa funcionalidade e associar a ela mais discernimento e criatividade, além de mais autoconhecimento, uma junção maravilhosa, não é mesmo? E sim, isso é possível.
Apesar das doenças associadas ao processo de envelhecimento, sabemos como amenizar ou driblar muitas delas. As sociedades que envelhecem da melhor forma, as chamadas “blue zones”, vêm nos ensinando há anos como envelhecer bem. Anota aí o segredo dessas regiões do mundo onde está o maior número de centenários ativos.
Em primeiro lugar, eles são ativos, se movimentam, agacham e levantam, sobem escadas… não param quietos, não se limitam e, por isso, não perdem função (lembre-se, músculo parado atrofia).
Segundo, alimentam-se de frutas, legumes, azeite, carnes magras, grãos e sementes. Comida fresca, temperada, variada, tudo de bom.
Terceiro, dormem bem, priorizam seu sono, valorizam noites de sono bem dormidas. Além disso, vivem em sociedade, estão inseridos no meio, têm contato social, não são isolados. E o mais importante: eles têm propósito na vida, têm um motivo para acordar pela manhã, isso muda tudo. Aí está a chave. Os japoneses chamam esse senso de propósito de *Ikigai* e isso serve como motivação e estímulo.
Outra coisa interessante é viver em ambientes naturais. Já sabemos como a natureza é importante para nossa saúde cognitiva e mental e como pessoas que moram em ambientes naturais são mais ativas e longevas. Não é uma receita de bolo, mas podemos ir acrescentando bons hábitos ao longo dos anos. Por que não?
Não basta viver por muitos anos, tem que ser bom! Dedicar tempo ao seu envelhecimento ativo é um ato de amor. Planejar seu envelhecimento bem-sucedido também é.
Lembre-se daquela frase do Pequeno Príncipe: “Foi o tempo que dedicaste à tua Rosa, que a fez tão importante.” Seja sua própria rosa.
Residência em clínica médica pelo
Hospital Português da Bahia
Residência em geriatria pelas Obras
Sociais Irmã Dulce
Titulada em geriatria pela associação Brasileira de Medicina(ABM) e pela
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
Especialista em nutrologia pela
Sociedade Brasileira de Nutrologia
Titulada em nutrologia pela associação Brasileira de Medicina(ABM) e Sociedade Brasileira de Nutrologia (ABRAN)
CRM 27551 - RQE's 19001 - 22957 - 24581
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