O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica silenciosa que afeta milhares de brasileiros, caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. A glicose funciona como o "combustível " para as células, no entanto, no paciente diabético, ela não consegue ser utilizada adequadamente, pois existe uma carência ou resistência à ação da insulina, o hormônio responsável por fazer a entrada da glicose na célula.
Níveis de glicose persistentemente elevados acarretam complicações que podem afetar a qualidade e a expectativa de vida do paciente. O DM danifica os vasos sanguíneos, causando inflamação e o depósito de gordura (aterosclerose). Assim, quem é portador, tem cerca de 4 vezes mais chance de ter infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC). Outros órgãos que podem ser comprometidos são os rins, os olhos e os nervos das pernas, gerando a insuficiência renal, a retinopatia e a neuropatia diabética, respectivamente.
Leia também
Existem três tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2 e gestacional. O mais comum é o DM2, responsável por mais de 95% dos casos no mundo, acometendo geralmente pessoas acima de 40 anos e relacionado a fatores de risco como idade, genética, sobrepeso e sedentarismo. Apesar disso, um número cada vez maior de crianças e adolescentes vem desenvolvendo DM2 em virtude dos hábitos de vida inadequados.
O DM 2 pode ser silencioso durante vários anos, pois a carência na produção de insulina ou a resistência insulínica se desenvolve aos poucos, podendo passar despercebida na ausência de check-ups médicos regulares.
O pré-diabetes é o estado de risco aumentado para o DM2 e significa que o corpo está com níveis aumentados de glicose, porém ainda não atingiu os limites para o diagnóstico. Segundo a Academia Americana de Diabetes, o pré-diabetes é definido com valores de glicemia de jejum entre 100 – 125mg/dL, glicemia após 2h 140 – 199 mg/dL ou hemoglobina glicada (HbA1c) entre 5,7 – 6,4%. O diagnóstico de DM2 é feito por valores acima dos mencionados anteriormente. Mesmo em estado de pré-diabetes, o risco para eventos cardiovasculares como IAM e AVC está aumentado.
A maioria das pessoas apenas apresentam sintomas com glicose acima de 180 mg/dL, por isso é importante o diagnóstico precoce, que pode ser feito por meio de exames de sangue simples. Os sintomas mais comuns são: sede e urina em excesso, desidratação, fome excessiva, visão embaçada e perda de peso inexplicada. Uma dosagem de glicemia aleatória com um valor maior ou igual a 200mg/dL associada a esses sintomas clássicos já confere o diagnóstico.
O tratamento é pautado múltiplos pilares, com o objetivo de manter os níveis de glicose o mais próximo possível dos normais, porém a meta de cada paciente deve ser individualizada pelo médico. Deve envolver mudanças no estilo de vida, como redução do peso com alimentação saudável e prática de atividade física regular, associada a medicamentos, quando indicados. Se você está sob risco ou é portador de diabetes, consulte seu médico frequentemente.
Fontes:
Academia Brasileira de Diabetes
Sociedade Brasileira de Diabetes
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.