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A ilusão do amor: como o narcisismo afeta relacionamentos

Narcisismo saudável se reflete em uma boa dose de autoestima


			
				A ilusão do amor: como o narcisismo afeta relacionamentos
Alline Fieker, advogada, psicanalista e empreendedora. (Foto: Assessoria)

Conhecido por ser um jovem muito belo e vaidoso, Narciso é um famoso personagem da mitologia grega que despreza inúmeras pretendentes e acaba se apaixonando pelo próprio reflexo ao curvar-se sobre as águas cristalinas de um lago. Suas tentativas frustradas de tocar a imagem pela qual se encantou o levam a perder o equilíbrio, cair no lago e morrer afogado.

O mito inspirou o termo ‘narcisismo’, que pode variar desde uma autoestima saudável, presente em pessoas emocionalmente equilibradas, até um transtorno de personalidade preocupante. Compreender essas variações é crucial para reconhecer suas nuances.

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O narcisismo saudável se reflete em uma boa dose de autoestima, vista em pessoas que geralmente têm uma percepção positiva de si mesmas. Elas são capazes de aceitar elogios, mas não dependem exclusivamente da validação externa. São pessoas que se preocupam com o bem-estar dos outros e nutrem relacionamentos saudáveis.

Quando exagerado, passa a se enquadrar no Transtorno de Personalidade Narcisista, uma condição complexa classificada no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5). O indivíduo apresenta um padrão generalizado de grandiosidade (sente-se especial e superior aos outros), exige atenção e admiração constantes e demonstra falta de empatia. Manipulação, exploração e dificuldade em lidar com críticas também são características presentes. No campo afetivo, tais características conduzem a relações superficiais e conturbadas, centradas exclusivamente nas necessidades da pessoa narcisista.

Sabe-se que o transtorno é mais frequente em quem sofreu abusos na infância ou teve relacionamentos problemáticos com pais e familiares. Mas, além das condições do ambiente em que o indivíduo foi inserido desde a tenra idade, há estudos que indicam que a genética também pode contribuir para a formação do transtorno, visto que certas características de personalidade podem ser hereditárias.

Você vivencia um relacionamento no qual se sente desvalorizado(a), manipulado(a) e sempre pisando em ovos? Então, atente-se para os sinais acima descritos e para as seguintes informações importantes sobre relacionamentos com quem possui o transtorno (lembrando que, atualmente, muitas pessoas egoístas são erroneamente rotuladas como narcisistas, e o diagnóstico deve ser realizado por psicólogos ou médicos psiquiatras):

1.Ciclo de idealização e depreciação: um(a) narcisista é charmoso(a) e encantador(a) no início do relacionamento. Você pensa que encontrou a sua alma gêmea, pois se mostra com extrema perfeição e realiza um processo de espelhamento, sendo exatamente tudo o que você deseja. Se você quer ter uma família, ele(a) também quer; se você deseja ter filhos, ele(a) também quer; se você gosta de viajar, ele(a) também gosta de viajar, etc. Além disso, utilizam o love bombing, uma estratégia que consiste em dar carinho e atenção excessivos a alguém. Em duas semanas, a pessoa já “te ama”, fazendo você se sentir especial e único(a). Tudo acontece de forma muito rápida e intensa, justamente para que você não tenha tempo de perceber quem ele(a) é de verdade. Depois que você está completamente envolvido(a) no relacionamento, começa um ciclo de depreciação e desvalorização, um padrão muito desgastante e confuso para o(a) parceiro(a).

2.Comportamento manipulador para obter o que deseja: um(a) narcisista pode usar táticas de manipulação emocional, como o gaslighting (fazer com que você duvide da própria percepção da realidade e da sua sanidade), a invalidação dos seus sentimentos e tratamento de silêncio para exercer controle sobre você.

3. Ausência de empatia: essa é uma característica central do Transtorno de Personalidade Narcisista. Pessoas narcisistas têm dificuldade em compreender e não se conectam emocionalmente com as necessidades e sentimentos dos outros, já que o foco está em ter as próprias necessidades e desejos supridos acima de tudo.

4. Busca por admiração e atenção constantes: narcisistas precisam de validação externa para sustentar sua autoimagem grandiosa. Essa busca incessante por admiração e atenção esgota o(a) parceiro(a).

5.Isolamento: narcisistas isolam o(a) parceiro(a), difamando pessoas importantes do convívio da vítima. São frequentes comentários como “Aquele(a) amigo(a) tem inveja de você”, “A sua família não presta”, “Ninguém te ama e se preocupa com você como eu”, entre outros. O objetivo é manter o controle sobre a pessoa.

Relacionar-se com um(a) narcisista resulta em um desequilíbrio de poder, pois ele(a) tende a dominar o relacionamento, enquanto a outra pessoa é colocada em um papel de subserviência que leva a uma perda da identidade e diminuição da autoestima – sendo que o perfil de pessoas que atraem os narcisistas é justamente o das empáticas, cuidadosas, confiantes e com elevada autoestima.

Geralmente, a vítima se dá conta da cilada que é o seu relacionamento quando já está totalmente dependente emocional e/ou financeiramente do(a) narcisista, o que acaba dificultando muito a separação. Contudo, reconhecidos os sinais do relacionamento abusivo, estratégias para sair dele incluem ter uma rede de apoio de familiares e amigos, estabelecer limites saudáveis, evitar o confronto direto e aumentar a distância emocional e física do(a) narcisista.

Além disso, é fundamental buscar um profissional de saúde mental para lidar com o trauma gerado e para aprender a administrar situações emocionalmente difíceis, pois esse tipo de relacionamento deixa cicatrizes invisíveis.

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*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.

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