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HOME > blogs > LETRAS DE ALAGOAS
Imagem ilustrativa da imagem CIDADE AMEAÇADA | Yaradir de Albuquerque Sarmento

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Letras de Alagoas

CIDADE AMEAÇADA | Yaradir de Albuquerque Sarmento

Moramos em uma cidade ameaçada.

Pisamos o solo devagar com receio que ele se abra sob nossos pés e que nos trague como um animal maldoso e faminto de presas inocentes.

Trabalhadores saem sem saber se, ao, voltarem encontrarão seus lares intactos.

E se a lagoa subir e inundar as ruas? Qual será o tamanho do lago que se formará?

O asfalto será tomado pela lama e detritos lagunares? Talvez encontremos sururus e mororós entre lençóis e escorregadias enguias passeando entre panelas e outros pertences de cozinha.

Numa cidade ameaçada os homens comuns se esgueiram entre tramas políticas e ganâncias perniciosas de donos de empresas gigantes que, como polvos, lançam seus tentáculos no subsolo da cidade indefesa.

Tudo pelo sal, que é gema, que se transforma em plástico e outros materiais, não degradáveis.

Quem sabe, se num futuro distante, as montanhas de plástico serão tão grandes que assombrarão o mundo inteiro.

Muitas palavras, poucas ações. Maceió vive um drama nunca antes conhecido no mundo inteiro. Maceió é uma cidade assassinada sorrateiramente.

Crime perpetrado sob nossos olhos. Em suas entranhas crescem cavernas ocas, sinistras catedrais de vazio e escuridão.

Nós todos, inermes, arregalamos os olhos espantados, amedrontados diante de nossa impotência.

Existe uma tragédia silenciosa em nossa cidade. Margeando os bairros assassinados, no entorno do desastre, centenas de famílias e pequenos negociantes resistem bravamente às dificuldades diárias, sem esperanças de uma melhoria da situação que se estabeleceu já há alguns anos.

Falta estrutura básica para proporcionar ao menos um pouco de bem-estar social e comunitário.

Não existem escolas, centros de abastecimento, nem transporte público. A falta de transporte agrava não só a vivência da dona de casa, do estudante, do trabalhador, do comerciante local, como também a qualquer pessoa que deseje chegar a eles.

Gerando assim a asfixia financeira de tantos que ali têm seu meio de vida, pois, onde existiam supermercados, farmácias, consultórios dentários, clínicas, gerou-se a impossibilidade da afluência de sua clientela, e seus funcionários e colaboradores perdem horas preciosas de suas vidas em longas esperas e caminhadas para chegar aos seus locais de trabalho. A alegação de que não existem danos físicos aos prédios, se sobrepõem, injustamente, as reais condições dos limítrofes. Em todos os casos, as regiões fronteiriças são afligidas por inúmeras dificuldades. Aqui os fronteiriços sofrem de perdas financeiras e, o que é mais importante, perdem o que é impalpável e imaterial. Não são ouvidos pelo poder público: não são sequer citados nos debates nem se cogita das dificuldades diárias a que estão sendo injustamente submetidos. Assim soma-se a essa calamidade desastrosa uma outra, tão danosa e sofrida quanto a primeira, porém silenciosa e muda.

Um grito de socorro.

Um apelo ao senso de humanidade e solidariedade.

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Yaradir de Albuquerque Sarmento

É sócia efetiva da AAL, ocupa a cadeira 14 desde 2015 publicou o primeiro livro em 2013: versos sem reverso - editor Benedito Ramos Amorim, no ano seguinte publicou outro livro de poemas: Maquinações Poéticas com o mesmo editor e logo em seguida o romance: Sonho de Uma Noite na Índia lançado sob a edição de Benedito Ramos Amorim no ano 2016. O nascimento de vênus livro de poemas publicado em 2019 - editora CBA. em 2021 - editora Viva - Um Jeito Feminino de Ser Crônicas e Contas. 2021 - editora Viva - Camaleoa - Romance 2023- editora Viva - Poemas Esquecidos - aguardando lançado. Pintora autodidata fez duas exposições no MISA - 2014 e 2019. uma exposição coletiva no parque shopping. Sua pintura é espontânea, tem traços de impressionismo, no entanto as cores são sua paixão e desafio, flores e mulheres místicas são seu tema favorito. Quer através da pintura resgatar o divino no feminino, a deusa geratriz que impulsiona a humanidade para a procura do bem e o belo, tanto externamente na natureza que nos cerca quanto interna na força do espírito que constrói e eleva o homem aos paramos dos deuses.

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