Imagem
Menu lateral
Imagem
Gazeta >
Imagem
GZT 94.1 | Maceió
Assistir
Ouvir
GZT 101.1 | Arapiraca
Ouvir
GZT 101.3 | Pão de Açúcar
Ouvir
MIX 98.3 | Maceió
Ouvir
GZT CLASSIC | Rádio Web
Assistir
Ouvir
Imagem
Menu lateral Busca interna do GazetaWeb
Imagem
GZT 94.1
Assistir
Ouvir
GZT 101.1
Ouvir
GZT 101.3
Ouvir
MIX 98.3
Ouvir
GZT CLASSIC
Assistir
Ouvir
HOME > blogs > EDIVALDO JÚNIOR
Wendel Palhares fala no Congresso Nacional sobre comunicação pública

BLOG DO
Edivaldo Júnior

Governo de Alagoas inova e ouve população sobre propaganda oficial


			
				Governo de Alagoas inova e ouve população sobre propaganda oficial
Wendel Palhares fala no Congresso Nacional sobre comunicação pública. Assessoria

Em tempos de desinformação e proliferação de conteúdos de baixa credibilidade nas redes sociais e sites apócrifos, o Governo de Alagoas decidiu inovar ao lançar uma consulta pública sobre os critérios de veiculação da publicidade institucional.

A iniciativa, conduzida pela Secretaria de Estado da Comunicação, recebeu 171 contribuições entre os dias 25 de abril e 12 de maio, por meio de um formulário disponível no site do governo.

O objetivo foi ouvir a sociedade sobre como devem ser direcionados os recursos de uma nova licitação para publicidade digital, orçada em R$ 110 milhões.

O resultado é revelador: a ampla maioria dos participantes — 75,8% — manifestou preferência pela regionalização da propaganda, ou seja, que os recursos públicos destinados à comunicação institucional priorizem sites, blogs e portais locais. Outros 11,7% preferem a concentração em grandes veículos nacionais, enquanto 12,9% acreditam que a escolha deve considerar critérios como a qualidade editorial.

A proposta, iniciativa do secretário de Comunicação, Wendel Palhares, é um passo no caminho de uma gestão mais democrática e transparente da publicidade estatal. Mais do que uma simples consulta técnica, trata-se de um reconhecimento da importância da escuta social em decisões que envolvem dinheiro público e impactam diretamente a qualidade do debate público no estado.

Em seu artigo de opinião publicado em “O Globo”, Palhares observa que os modelos tradicionais de comunicação institucional no Brasil foram historicamente centralizados, com pouca ou nenhuma participação da sociedade na definição dos critérios de contratação. Essa lógica, segundo ele, já não responde aos desafios do novo ecossistema informacional, marcado pela digitalização, pela fragmentação das audiências e pela multiplicação de canais, nem sempre comprometidos com a veracidade dos fatos.

Ao abrir espaço para o diálogo com a sociedade, órgãos de fiscalização e entidades representativas do setor de comunicação, o governo de Alagoas sinaliza disposição para construir um modelo mais justo e eficiente de comunicação institucional. Em vez de privilegiar estruturas consolidadas e, muitas vezes, distantes da realidade local, a proposta se alinha à necessidade de fortalecer os veículos que estão mais próximos do cidadão comum, que conhecem seu cotidiano e falam sua linguagem.

Em meio à avalanche de fake news e ao crescimento exponencial de canais informativos de qualidade duvidosa, fortalecer a imprensa local — que atua com responsabilidade — é também uma forma de combater a desinformação e promover o pluralismo de vozes. E mais: é um caminho para assegurar que a informação pública cumpra sua principal missão, que é servir ao cidadão.

Com a consulta pública, o governo de Alagoas dá um exemplo de como a administração pode, e deve, dialogar com a sociedade antes de tomar decisões relevantes. Um modelo que merece ser replicado em outras esferas e que reforça a convicção de que a boa comunicação pública se faz com participação, transparência e compromisso com o interesse coletivo.

Artigo

Leia aqui na íntegra o artigo do secretário Wendel Palhares sobre o papel da comunicação institucional neste novo cenário digital.

Comunicação pública deve ouvir a sociedade

Historicamente, boa parte das práticas de comunicação institucional no Brasil seguiu modelos fechados

Por Wendel Palhares*

22/05/2025 Opinião - O Globo

A comunicação pública vive um momento de necessária renovação. Entenda-se essa atividade como o esforço do Estado para garantir o acesso da população à informação de interesse coletivo, fortalecendo direitos e promovendo a cidadania. Historicamente, porém, boa parte das práticas de comunicação institucional no Brasil seguiu modelos fechados, com decisões concentradas internamente, limitada participação social, sobretudo na definição dos critérios de contratação de publicidade.

Os tempos atuais, marcados por uma transformação digital acelerada, exigem mudanças profundas nesse modelo. O consumo de notícias mudou: o brasileiro migrou do computador para o celular; redes sociais e aplicativos de mensagens se tornaram os principais meios de informação. Sites e portais, protagonistas nos anos 2000, enfrentam hoje o desafio de se adaptar para manter relevância e sustentabilidade.

Diante desse cenário, surgem perguntas que precisam ser enfrentadas com coragem e responsabilidade: que critérios devem orientar a publicidade institucional? Como assegurar que a informação pública alcance toda a população, sem privilégios ou distorções? De que maneira equilibrar a liberdade de expressão com a responsabilidade editorial? Como apoiar veículos regionais sem abrir mão da eficiência e da transparência?

Essas questões têm inspirado ações concretas. Em Alagoas, o governo estadual lançou uma consulta pública para discutir com a sociedade e o setor de comunicação novos critérios para a contratação de publicidade institucional em sites, blogs e portais digitais. O desafio é crescente para que a comunicação pública seja instrumento de acesso e inclusão, como tem pontuado o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira. Concluída na primeira semana de maio, a consulta pública de Alagoas convidou cidadãos, veículos de comunicação, órgãos de fiscalização como o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas, entidades representativas (Sindicato dos Jornalistas, Abap, IAB Brasil, Abradi), além de especialistas e acadêmicos da comunicação pública e digital, a participar do debate.

Queremos, de forma colaborativa, construir práticas mais transparentes, democráticas e sintonizadas com as dinâmicas digitais contemporâneas. São medidas que dialogam com debates nacionais em curso, como os realizados no Fórum Nacional das Secretarias Estaduais de Comunicação e nas articulações com a Secom da Presidência da República. Mais que um projeto local, a iniciativa de Alagoas é, portanto, um convite à reflexão coletiva para a modernização e o futuro da comunicação pública nesse novo ecossistema informacional.

*Wendel Palhares é secretário de Comunicação do governo de Alagoas

X