O aviso já foi dado. O secretário da Saúde e o governador de Alagoas já anteciparam que as medidas de isolamento social serão endurecidas em Alagoas a partir do próximo dia 21.
Mas Alexandre Ayres e Renan Filho sabem que na ‘dose errada’ isolamento social pode virar ‘veneno’.
E é por um raciocínio simples como esse que o governo não deve decretar lockdown em Alagoas. A medida é avaliada, no máximo, para a grande Maceió.
Os dados disponíveis até o momento revelam que o Estado vem aumentando o índice de isolamento social nos últimos dias, atendendo o apelo das autoridades de saúde.
Segundo o Índice de Isolamento Social (IIS) da In Loco, Alagoas está oscilando entre a 9ae a 11aposição entre os Estados que mais respeitam as recomendações de distanciamento.
No domingo, 17, esse índice chegou a 54% e na segunda-feira, 8, ficou em 44,2%, igual ao Maranhão que tinha decretado lockdown.
A diferença de Alagoas para todos os outros Estados que já decretaram lockdown (PA, MA, CE e PE) é de três a cinco pontos percentuais (veja imagem), algo que o governo poderia conseguir reverter com o endurecimento de algumas regras, um pouco mais de fiscalização, uma boa mobilização social e – mesmo que alguns reclamem - com mais campanhas de comunicação.
Um bom exemplo é o primeiro decreto de situação de emergência em Alagoas. Entre os dias 21 e 30 de março o IIS do Estado ficou acima de 50%, chegando a mais de 60% em alguns momentos. E sem lockdown.
Por outro lado, o lockdown não é consenso nem mesmo entre os especialistas. A Sociedade Alagoana de Infectologia recomenda o bloqueio total na Grande Maceió, mas pede que sejam ouvidos outros setores da sociedade – justo pelo fato da medida ser “amarga”.
Com a Covid-19 batendo na porta dos amigos, parentes, além dos inúmeros relatos de casos na mídia convencional e nas redes sociais, o alagoano que pode está ficando em casa – salvo as exceções, que se tornam menores a cada dia.
Em resumo, o alagoano passou a atender mais as recomendações das autoridades de saúde. Lockdown pode ser encarado como uma punição ou uma dosagem além da recomendada para a população, especialmente para quem já num longo "tratamento", que chega agora a dois meses.
Alguns estudos (veja link abaixo) apontam para o achatamento da curva da Covid-19 em Alagoas a partir do início de maio, apesar do rápido crescimento de casos.
E, por último, e não menos importante, a rede de saúde de Alagoas está em melhor situação – pelo menos é o que revelam números oficiais – do que em outros Estados que já decretaram o lockdown.
Isso, claro, sem falar dos problemas da economia, que numa pandemia ou coisa do tipo, deve ser colocada em segundo plano.
Vamos botar os pingos nos “IIS”. A vida deve vir primeiro, sempre.
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