Ao antecipar sua decisão, de ficar no mandato até o final – e não disputar nenhum novo cargo em a 2026 – o governador Paulo Dantas fez um movimento para dificultar a “vida” da oposição.
A estratégia no grupo do governo está definida. Paulo Dantas vai tocar a gestão e será o grande eleitor de 2026.
Os nomes do ministro Renan Filho e do senador Renan Calheiros já estão definidos. Vão disputar governo e Senado. Nesse cenário, as composições podem ser feitas com as vagas de vice e de suplentes de senador.
Como são duas vagas para o Senado em 2026, a outra vaga pode ser preenchida com um nome do próprio grupo – mesmo que não seja muito competitivo - ou numa possível mas ainda improvável composição com Arthur Lira.
O “mistério” agora está no colo de JHC. O prefeito de Maceió fará suspense até onde for possível sobre sua eventual renúncia em 2026, para disputar um novo cargo. O desejo de Arthur Lira é que ele dispute o governo. Assim, formariam uma chapa competitiva para enfrentar o grupo do governo.
JHC, no entanto, tem dúvidas reais sobre sair ou não da prefeitura, faltando praticamente três anos para acabar o mandato.
Sairá se o cenário for extremamente favorável. Se ficar, a “aposta” nos bastidores é que ele vai tentar reeleger a mãe, Eudócia Caldas (que deve assumir o Senado em janeiro, após renúncia de Rodrigo Cunha) e a mulher, Marina, para a Câmara dos Deputados.
Se sair, tudo indica que JHC deve preferir disputar o Senado, onde teria, no cenário de hoje, uma eleição “tranquila”. Essa é a “aposta” de um influente político com trânsito na família Caldas. “Há quem diga que o Senado é igual ao céu, sem que precise morrer para chegar lá. E afora isso, todos os movimentos de JHC levam ele para uma disputa mais tranquila, do que para um enfrentamento no governo, onde a chance de vitória é bem menor”, pondera.
A permanência ou n ão de JHC na prefeitura de Maceió até o final do mandato, certamente será objeto de especulação - especialmente a partir do final do próximo - até abril de 2026. Se sair para disputar o governo, vai cumprir o acertado com Arthur Lira e Rodrigo Cunha. Se sair par ao Senado, deixa Lira "no ar". Se ficar, quem vai ficar decepcionado é Rodrigo Cunha.
Divino
A “divindade” do Senado na verdade foi imortalizada pelo antropólogo Darcy Ribeiro em uma frase: “O Senado brasileiro é como o céu. Com uma vantagem: não é preciso morrer para estar dentro dele.”