A eliminação na semifinal deixa lições valiosas para o CSA em sua caminhada. O torcedor sentiu o gosto da classificação possível, mas também observou pontos que precisam ser ajustados dentro e fora de campo para uma temporada ainda mais forte.
O clube agora precisa mudar a chave rapidamente, pois a temporada continua com desafios importantes: buscar a classificação entre os quatro primeiros na Copa do Nordeste, avançar na Copa do Brasil e construir um time competitivo para voltar à Série B. O momento exige reflexão, mas principalmente planejamento e profissionalismo para que o CSA esteja pronto para os desafios que virão.
Gestão: Profissionalismo e Planejamento
A estabilidade financeira alcançada com as conquistas da temporada não pode ser confundida com empolgação desmedida. No meio desse cenário, Luciano Lessa tem sido o fio de esperança da lucidez dentro do clube, evitando decisões precipitadas e trazendo um olhar técnico para a condução do futebol. No entanto, algumas escolhas mostram que há espaço para evoluir.
Um clube do tamanho do CSA não pode abrir mão de uma estrutura profissional mínima em jogos fora de Maceió. A ausência de um analista de desempenho nessas partidas compromete o trabalho técnico e a leitura detalhada do jogo. Além disso, a assessoria de comunicação deveria estar presente para garantir uma padronização das informações e fortalecer a imagem do clube. Enquanto dirigentes administrativos viajam com a equipe, profissionais essenciais são vetados por contenção de gastos—uma escolha que precisa ser revista.
A transparência na gestão também precisa avançar. A torcida não cobra apenas um discurso, mas a entrega do que foi prometido pela presidente Miriam Monte. Entre os pontos levantados, está a modernização da governança e a criação de um portal de transparência funcional, com divulgação clara dos processos internos e auditorias. Um clube forte precisa se consolidar dentro e fora de campo.
Derrotas fazem parte do futebol, mas os clubes bem geridos são aqueles que aprendem com elas e transformam os erros em evolução. O CSA precisa olhar para essa eliminação como um ponto de virada, analisando suas decisões com frieza e corrigindo os rumos para que o futuro seja ainda mais promissor.
NO CAMPO: CSA com Identidade
Apesar da eliminação, o CSA mostrou um futebol compatível com sua identidade. Um time ofensivo, com um Rei Pelé intransponível: 9 jogos, 8 vitórias e apenas um empate sem gols contra o ASA. A equipe se manteve fiel ao DNA azulino e encheu o torcedor de esperança.
Higo Magalhães tem suas convicções e apresenta variações interessantes, mas algumas escolhas precisam ser reavaliadas. Bryann, que começou a temporada desequilibrando pelo corredor central, foi deslocado para o lado do campo, algo recorrente no futebol brasileiro. Essa mudança prejudicou a parceria que ele tinha com Cachoeira no meio. O CSA precisa urgentemente de um extremo pelo lado direito para que Bryann volte a atuar onde rende mais e possa utilizar melhor o princípio ofensivo de mobilidade, flutuando do corredor central para os corredores laterais.
O Torcedor: O Coração do Clube
Mais uma vez, a torcida azulina fez sua parte. Compareceu em grande número e empurrou o time até o último minuto. Mas, como é natural no futebol, começa a busca por culpados. É hora de manter a serenidade e olhar para frente.
O CSA tem três desafios cruciais pela frente: classificação na Copa do Nordeste, segunda fase da Copa do Brasil e a luta pelo acesso à Série B.
O futebol apresentado até aqui dá indícios de que o caminho é promissor, mas é fundamental aprender com os erros para não repeti-los. O trabalho continua.