
No futebol brasileiro, a camisa 10 sempre foi sinônimo de criatividade e talento. Ícones como Pelé e Zico personificaram essa posição, atuando como maestros em campo. No CSA, essa tradição foi mantida por jogadores como Otávio Quadros e Daniel Costa, que, em suas épocas, desempenharam o papel clássico de armadores, ditando o ritmo das partidas e criando oportunidades de gol.
Com a evolução tática do futebol, o papel do camisa 10 sofreu transformações significativas. O futebol moderno exige jogadores mais versáteis, capazes de cumprir múltiplas funções em campo. A posição de meia-armador, antes ocupada por um jogador com características específicas de criação, agora requer atletas com capacidade de marcação, velocidade, pisar na área, finalização e habilidade para atuar em diferentes setores do campo.

No atual elenco do CSA, Bryann veste a camisa 10 e exemplifica essa evolução. Sua performance tem mostrado uma notável evolução desde 2024, adaptando-se às exigências do futebol contemporâneo. Sob o comando do técnico Higo Magalhães, Bryann aprimorou suas habilidades, tornando-se um meia moderno que alia criatividade à intensidade defensiva.

Na recente goleada do CSA por 5 a 0 sobre a Tuna Luso, pela Copa do Brasil, o técnico Higo Magalhães demonstrou visão tática ao utilizar Guilherme Cachoeira, tradicionalmente um extremo, na função de camisa 10 por 25 minutos. Durante esse período, Cachoeira foi decisivo, contribuindo com um gol e duas assistências, evidenciando sua adaptabilidade e a eficácia da estratégia adotada.
No segundo tempo, o CSA adotou o esquema 4-2-3-1, com três jogadores alternando entre função de camisa 10 e extremos : Danilinho, Álvaro e Bryann. Essa formação ressaltou a flexibilidade tática da equipe e a capacidade de adaptação dos jogadores às exigências do futebol moderno.

Recentemente, Zico expressou preocupação com a escassez de camisas 10 tradicionais no futebol brasileiro, atribuindo essa ausência às mudanças táticas que deslocaram o meia central para as laterais do campo. Ele afirmou: “Eu acho que hoje a prioridade dos esquemas táticos acabou com a função do antigo 10. O meia hoje joga pelo lado.”

Portanto, ao enfrentar o CSA, surge a pergunta: quem é o 10? A resposta não é simples, pois, no esquema atual, vários jogadores compartilham essa função, tornando o time mais imprevisível e dinâmico.