
O primeiro jogo da final do Campeonato Alagoano 2025 entregou um espetáculo digno da grandeza do confronto. O empate por 2 a 2 entre ASA e CRB foi muito mais do que um simples placar: foi uma história de imposição, resiliência, coragem e, sobretudo, estratégia.
A expectativa antes da bola rolar girava em torno de dúvidas nas escalações, mas com Thiago Alagoano e Meritão confirmados, ficou evidente que os dois treinadores apostavam em força máxima para largar em vantagem. O duelo começou com o CRB criando a primeira grande chance com Anselmo Ramon, que testou com perigo, mas o ASA respondeu à altura. Keliton, em velocidade, deixou Segovia para trás, forçando o defensor a se lesionar na tentativa de acompanhar a arrancada do jovem atacante. Foi um lance simbólico: desde o início, o ASA se impôs fisicamente e venceu a maioria dos duelos.

A substituição forçada de Segovia por Miranda abalou o CRB. E o ASA, sentindo o momento favorável, aproveitou. Apostando na ocupação do corredor central, foi questão de tempo para a vantagem no placar aparecer. O pênalti cometido por Anselmo Ramon colocou Júnior Viçosa na marca da cal, e ele converteu com tranquilidade. O domínio alvinegro era evidente. A intensidade e postura agressiva contrastavam com a apatia do CRB, que apenas assistia ao adversário jogar. O Fantasma chegou a marcar o segundo gol com Viçosa, mas a arbitragem, após consulta ao VAR, confirmou o impedimento. O placar mínimo no intervalo foi lucro para o CRB, que escapou de uma desvantagem maior.

O Trabalho de Intervalo e a Coragem de Louzer
Se o primeiro tempo foi do ASA, a segunda etapa começou com um CRB diferente. Louzer fez ajustes fundamentais, reforçando o meio com as entradas de Danielzinho e Natam Melo. Mas o ASA seguiu perigoso, e a leitura de Ranielle Ribeiro também foi certeira: as trocas de Júnior Viçosa por Uelber e Keliton por Zé Arthur deram ao time de Arapiraca um ataque mais móvel, e o segundo gol veio em uma jogada que simbolizou a agressividade da equipe: chute de Zé Arthur, falha de Matheus Albino e gol de Thiago Alagoano. Festa no Fumeirão.

Com 2 a 0 no placar, o cenário parecia irreversível. Mas foi aí que Louzer mostrou por que foi decisivo na história desse jogo. Retirar Anselmo Ramon com apenas 19 minutos do segundo tempo, perdendo por dois gols, era algo que poucos treinadores teriam coragem de fazer. O centroavante, que jogava isolado e sem aproximações, era o alvo natural da marcação alvinegra. Mas Louzer entendeu que precisava de mais intensidade e velocidade para buscar a reação.

E foi exatamente isso que aconteceu. Com Thiaguinho e Daniel Lima em campo, o CRB finalmente encontrou transições ofensivas mais rápidas e aproximadas. O primeiro gol veio de um lance de bola parada: Danielzinho cruzou e Tibiri, pressionado, desviou contra o próprio patrimônio. O VAR validou. O CRB estava vivo.
Seis minutos depois, veio o empate. E não poderia ter sido de outra forma: a dupla que Louzer colocou em campo decidiu. Em uma bela tabela, Daniel Lima encontrou Thiaguinho, que bateu com precisão para igualar o marcador.

De um cenário de derrota quase irreversível, o CRB mostrou que ainda está na briga. O time alvirrubro fez o que ninguém havia conseguido contra o ASA nesta temporada: marcar dois gols no Fantasma na temporada.
O jogo ainda reservou grandes chances para os dois lados: Meritão teve a bola da virada nos pés, mas parou no goleiro Matheus Vinícius, enquanto Uelber, livre, testou para grande defesa de Albino.
Arbitragem e VAR: Quando São Decisivos e Corretos, Devem Ser Destacados
Diante de um futebol cada vez mais tomado por polêmicas com a arbitragem, é importante ressaltar quando o trabalho é bem feito. Os árbitros acertaram nas marcações capitais, consultaram o VAR quando necessário e garantiram um resultado legitimado por decisões corretas. Num jogo de tamanha intensidade, a atuação segura do apito contribuiu para um duelo justo.
A Final Está Aberta – E o CRB Provou Que Está Vivo

O empate no Fumeirão tem sabor agridoce para ambas as equipes. O ASA fez um primeiro tempo quase perfeito, mas deixou escapar uma vantagem que poderia ser determinante para o título. Já o CRB, apesar das dificuldades, soube reagir e mostrou que tem forças para buscar a taça no Rei Pelé.
A grande decisão no próximo sábado promete ser um teste definitivo para os dois times. O ASA precisa encontrar equilíbrio para sustentar um jogo inteiro em alto nível. O CRB chega embalado pela resiliência demonstrada.
O Fantasma deixou a vitória escapar. O Galo fez questão de lembrar: a competição ainda não acabou.
No sábado, saberemos quem leva o troféu. Mas, pelo que se viu no primeiro jogo, está claro que essa final não será definida sem mais um capítulo dramático.