A desistência do Igaci do Campeonato Alagoano 2025, confirmada pela FAF, é uma derrota não apenas para o clube, mas para toda a sua torcida e o município que ele representa. Sem o apoio financeiro da prefeitura, o time que havia retornado à elite após 15 anos está rebaixado antes mesmo de entrar em campo, deixando a competição enfraquecida e sua comunidade órfã de um sonho que parecia renovado.
A prefeitura de Igaci, ao recusar liberar os recursos necessários, não só ignorou a paixão de seus munícipes, mas também prejudicou a projeção da cidade em um dos maiores palcos do esporte estadual. O futebol é mais do que um jogo: é uma ferramenta de inclusão, visibilidade e orgulho para a população. Abandonar essa responsabilidade é virar as costas para a torcida e para o potencial que o esporte oferece.
Do lado da FAF, apesar de esforços para evitar o desfecho, o regulamento será cumprido: rebaixamento automático do Igaci, vitórias por W.O. e um campeonato que já começa sem a emoção da luta contra o rebaixamento. No entanto, é inaceitável que situações como essa continuem acontecendo sem uma análise mais criteriosa sobre as condições de entrada dos clubes na elite do futebol alagoano.
O CRB, que estrearia contra o Igaci no Rei Pelé, agora ganha mais alguns dias de preparação e enfrenta o ASA no dia 16 de janeiro, em Arapiraca. Mas a questão vai muito além de calendários. O Alagoano 2025, que deveria ser motivo de celebração e disputa acirrada, começa manchado, com menos equipes, menos emoção e uma sensação de descaso com o esporte.
Seja pela falta de estrutura dos clubes ou pela negligência de gestores públicos, o que fica claro é que o futebol alagoano precisa de mais compromisso e seriedade. A torcida de Igaci merecia um time em campo, e o campeonato merecia uma competição completa, com todos os seus elementos intactos.
A desistência do Igaci é o retrato de como a ausência de planejamento e de vontade política pode destruir sonhos, impactar uma comunidade e enfraquecer o maior produto esportivo do estado. É hora de cobrar quem realmente falhou: quem escolheu virar as costas para o time, para a torcida e para o esporte.