
"É um sonho treinar esta Seleção. É o sonho de todos os treinadores."
Foi assim, sem rodeios, que Carlo Ancelotti se apresentou como comandante da Seleção Brasileira. E o tom da fala já antecipou o estilo: direto, respeitoso e com liderança.
Mas mais do que palavras, Ancelotti mostrou postura. Sobre Neymar, tratou com o carinho que grandes atletas respeitam: ligou pessoalmente, explicou que o camisa 10 ainda não está 100% e reforçou que conta com ele para o projeto do Hexa. Ganhou o jogador. E mais: ganhou o grupo. Porque Seleção não é lugar de dúvida física — é de entrega total.

Casemiro voltou. E com ele, um conceito: “sacrifício”, segundo Don Carlo. O treinador quer um time de talento, sim, mas que sangre junto se for preciso. O DNA do volante é exatamente isso: entrega. Espírito de Seleção.

Ao falar dos convocados que atuam no Brasil, foi honesto. Disse que ainda está conhecendo, confiou na equipe de análise da CBF — Juan e Rodrigo Caetano — mas cravou: "Agora é hora de viver o futebol brasileiro". Vai aos estádios, conversar com treinadores, sentir a temperatura da arquibancada. Respeito e escuta ativa.

Vini Jr? Só elogios. Chamou de craque, trabalhador e peça-chave para a Seleção. Quando perguntado se o time jogará como o Real Madrid, devolveu com ironia leve: "Qual Real? O da temporada passada ou o dessa?". Riso geral. Clima leve. Mas com conteúdo.
A cerimônia trouxe também um bastidor importante: Gustavo Feijó, alagoano influente nos corredores da CBF, estava na plateia e deve ser anunciado como o novo coordenador de seleções. Terá a missão de reconstruir a imagem institucional, evitar ruídos e blindar o vestiário. Papel político — mas com impacto direto em campo.
