O Clube Sociedade Esportiva (CSE), de Palmeira dos Índios, vive um dos momentos mais turbulentos de sua história recente. Em uma reviravolta política, o clube está sob ameaça de intervenção judicial devido à disputa pela presidência, envolvendo o atual presidente, José Barbosa, e uma possível nova composição liderada por Guruba e Antônio Umbelino, com apoio do prefeito Júlio César.
Eleição por aclamação: um modelo questionado
Desde 1997, o CSE mantém uma prática peculiar: a escolha do presidente por aclamação, geralmente definida pelo prefeito da cidade, que assegura o apoio financeiro ao clube. Assim, basta registrar a ata no cartório e enviá-la à Federação Alagoana de Futebol (FAF). Porém, com a conquista da vaga na Copa do Brasil 2025 e uma premiação de R$ 800 mil pela participação, o cenário mudou.
José Barbosa, cujo mandato termina em 31 de dezembro de 2024, antecipou a eleição no dia 14 de outubro e garantiu a renovação para o próximo biênio, encaminhando a ata registrada para a FAF. Ele afirma que, até então, não havia sido comunicado pelo prefeito de que não seria o escolhido. Contudo, após esse movimento, começaram os rumores de que Júlio César preferia uma nova gestão, representada por Guruba e Umbelino.
A posição da FAF e as falhas no processo
Felipe Feijó, presidente da FAF, afirmou que a entidade não tem competência para avaliar se o estatuto foi cumprido ou não. Recebendo um documento regularizado no cartório, ele entende que a situação de Barbosa como presidente é válida até que haja determinação judicial em contrário. Entretanto, Feijó alertou sobre a importância do apoio da prefeitura para o clube, frisando que o histórico mostra que o CSE sempre enfrentou dificuldades sem esse suporte.
Do ponto de vista jurídico, especialistas apontam falhas no processo de recondução de Barbosa, como a ausência de publicações regulares de convocação e um estatuto que limita o colégio eleitoral a apenas sete votantes, prática que se manteve por décadas sem questionamentos.
Os protagonistas e suas versões
O presidente José Barbosa destacou que, caso soubesse do desejo do prefeito, teria proposto uma composição para dividir o mandato. Ele também mencionou que Umbelino já esteve no comando do clube durante o rebaixamento de 2018 e que, após anos de trabalho, seria injusto não participar do momento histórico de representar Palmeira dos Índios em competições nacionais.
Por outro lado, Guruba afirmou que sempre trabalhou pela unidade e atribuiu o imbróglio à falta de comunicação clara por parte do prefeito.
O prefeito Júlio César, por sua vez, afirmou que a prefeitura não é dona do clube, mas reconheceu que sempre ajudou o CSE. Ao ser questionado sobre a situação, foi enfático ao dizer que “não aceita BET no CSE” e preferiu se afastar, aguardando que os grupos resolvam a questão internamente.
O impacto no torcedor e no planejamento de 2025
Enquanto a disputa pelo comando do CSE continua, quem sofre é o torcedor. Com a estreia na Copa do Brasil e a pré-temporada marcada para começar no dia 2 de dezembro, a indefinição pode comprometer a preparação do clube. O sorteio da Copa do Brasil gera expectativas em Palmeira dos Índios, e a chance de receber um grande time no Estádio Juca Sampaio deveria ser motivo de festa, não de preocupações.
Como dizia o radialista França Moura no clássico “Ministério do Povo”: “Faça certo pra não dar errado”. Que o amor pelo clube supere as desavenças e que o CSE encontre o caminho da pacificação. Afinal, o maior patrimônio do Tricolorido é o torcedor, que merece uma equipe preparada e competitiva em 2025.