
O CRB segue sem vencer na Copa do Nordeste. O empate por 2 a 2 contra o Moto Club, no Rei Pelé, teve controle territorial, mudanças táticas e um time que demonstrou evolução ofensiva, mas voltou a expor fragilidades defensivas. O time de Umberto Louzer mostrou volume, buscou a virada, mas uma falha na saída de bola impediu a conquista dos três pontos.
Ajustes na Escalação e Estratégias Táticas
Umberto Louzer preservou Miranda, que junto com Matheus Albino era o jogador com mais minutos na temporada. Darlisson entrou na zaga ao lado de Henri, enquanto Vinícius Barata deu lugar a Danielzinho, que fez sua melhor atuação com a camisa do CRB, mostrando evolução a cada jogo. Assim, o Galo iniciou no 4-3-3, com Gegê atuando como um falso extremo pela direita, criando uma superioridade numérica no meio-campo (4x3) e liberando Mateus Ribeiro para atacar em profundidade pelo corredor lateral.
Do outro lado, o Moto Club apostou em um bloco baixo no 4-4-2, com duas linhas compactas e uma estratégia clara: jogar em transição. O time maranhense buscava ataques diretos com poucos passes e, logo aos quatro minutos, se aproveitou de um erro estrutural do CRB. Rick Sena disputou a primeira bola, ganhou o duelo e, no rebote, Danilinho apareceu livre, sem cobertura dos volantes, para acertar um belo chute e abrir o placar para o Moto.
CRB Encurrala o Adversário e Empata

O CRB não sentiu o golpe e rapidamente empurrou o Moto para seu campo, acumulando finalizações. A equipe se organizava em uma plataforma ofensiva 2+1+4+3, com os laterais subindo para a linha de Higor Meritão e Danielzinho, enquanto os três atacantes (Léo Pereira, Anselmo Ramon e Gegê) atuavam mais por dentro. A troca de passes e a insistência surtiram efeito: na sétima finalização do jogo, aos 21 minutos, Danielzinho encontrou Meritão infiltrando na área. O volante fez o passe de primeira e Anselmo Ramon finalizou com categoria para empatar a partida.
A virada quase veio ainda no primeiro tempo, mas as chances desperdiçadas mantiveram o empate até o intervalo.
Segundo Tempo: O Moto se Ajusta e Louzer Muda a Estratégia
Sem alterações, o Moto Club voltou mais atento, ajustando sua marcação para conter os mecanismos ofensivos do CRB. Com isso, o Galo passou a errar mais na construção e ceder contra-ataques em velocidade. Luís Gustavo, em uma dessas escapadas, invadiu a área e chutou com perigo. O jogo pedia ajustes dos técnicos, e Louzer respondeu retirando Nathan, já desgastado, para a entrada de Erick Varão, aumentando a intensidade do meio-campo.
A principal dúvida era quem sairia para um 4-3-3 tradicional com dois extremos. Com Danielzinho já amarelado e Gegê vindo de um hat-trick na última rodada, Louzer optou por tirar Danielzinho, decisão que gerou protestos da torcida. No entanto, a escolha se provou acertada: Gegê, agora mais centralizado, encontrou Anselmo Ramon, que girou e deu um passe perfeito para Vinícius Barata infiltrar e virar o jogo.
Erro na Saída de Bola e o Castigo no Final
Com a vitória praticamente assegurada, o CRB precisava administrar os minutos finais. Mas a falta de um volante de imposição para segurar o jogo foi um problema. O lance decisivo surgiu de uma saída forçada de Miranda pelo corredor central. Anselmo Ramon devolveu para Higor Meritão, mas o passe veio um pouco distante, permitindo a recuperação do Moto. O árbitro não marcou a carga sofrida, e o time maranhense recuperou a bola, lançando-a no espaço deixado por Vitinho. Luís Gustavo recebeu em velocidade, avançou e marcou um golaço, selando o empate.
A torcida direcionou a culpa para Vitinho, mas o erro veio antes: uma saída forçada pelo meio sem a proteção necessária. Um detalhe que custou caro.
Conclusão: Evolução Visível, Mas o Resultado Não Vem
O CRB demonstrou evolução ofensiva, melhorando sua dinâmica de jogo e criando muitas oportunidades. Porém, enquanto a defesa continuar vulnerável e os erros individuais persistirem, a frustração será maior que o progresso. O torcedor avalia pelo resultado final, e mais um jogo sem vitória no Nordestão aumenta a pressão.
A equipe segue em construção, mas no futebol, a paciência dura pouco. Para transformar volume de jogo em vitórias, Louzer precisa encontrar o equilíbrio entre a agressividade ofensiva e a solidez defensiva.