
Na sua apresentação, Carlo Ancelotti disse que a Seleção precisava unir talento com sacrifício. Na estreia contra o Equador, em Guayaquil, vimos parte da equação funcionar: o Brasil foi disciplinado, solidário, bem postado defensivamente. Mas o talento... ficou travado.
Casemiro e Alexsandro foram os pilares de uma defesa consistente. O camisa 5 dominou a entrada da área, finalizou com perigo e tentou acelerar com passes verticais — errou alguns, mas por falta de opções. E o estreante Alexsandro foi firme, técnico e maduro. Um achado.

O esquema 4-3-3 funcionou atrás, com Casemiro afundando entre os zagueiros e formando linha de cinco. O bloco baixo impediu o Equador de atacar a profundidade. Vencemos 59% dos duelos físicos e mostramos solidez. Até aí, ponto pra Carletto.

Mas com a bola… nada. Foram só 83% de acerto nos passes e três finalizações em 90 minutos. A movimentação foi desconectada. Estêvão teve coragem, mas faltou físico. Richarlison correu, lutou, marcou — mas não produziu. E Gerson e Bruno Guimarães pouco apareceram para organizar.
O que ficou claro: os talentosos estão se doando para marcar. Falta fazer o talento jogar. O DNA ofensivo do Brasil — leveza, improviso, finalização — ainda não apareceu. E mais que padrão tático, falta sede de vitória. Faltou alma de Seleção.
