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“Morreu lutando”, desabafa viúva de motorista de ônibus que caiu em ribanceira

Luciano de Queiroz Araújo e mais 17 pessoas morreram no acidente


				
					“Morreu lutando”, desabafa viúva de motorista de ônibus que caiu em ribanceira
Viúva de Luciano de Queiroz chora ao falar do marido que morreu no acidente.. Rogério Costa

A viúva do motorista Luciano de Queiroz Araújo, morto no acidente com o ônibus que caiu em uma ribanceira, em União dos Palmares, não conteve às lágrimas ao falar do marido. Ela o descreveu com carinho e afirmou que o esposo morreu lutando para salvar a própria vida e dos cerca de 40 passageiros que estavam no transporte. Assim como Luciano, mais 17 pessoas morreram na tragédia.

“Foi um guerreiro, nunca deixou faltar nada para as filhas e para mim. Não é porque era meu marido, mas era um homem de bem, um homem que morreu lutando pelo que gostava de fazer: ser motorista”, disse ela aos prantos em entrevista à GazetaNews.

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					“Morreu lutando”, desabafa viúva de motorista de ônibus que caiu em ribanceira
Viúva de Luciano de Queiroz chora ao falar do marido que morreu no acidente.. Reprodução

Ela contou que, ainda no domingo (24), momentos antes de pegar o ônibus para conduzir os passageiros até a Serra da Barriga, Luciano comentou que o veículo apresentava problemas e tinha receio dele não conseguir subir a ladeira.

“Quando saiu de casa ontem, ele disse: ‘Esse ônibus não vai subir’. Eu disse: ‘Não vá não’. E ele disse: ‘ Eu tenho que ir porque tenho que ganhar o pão de cada dia para sustentar vocês’”, relatou Maria das Graças.

Segundo ela, esta não foi a primeira vez que ele reclamou de problemas mecânicos no transporte. Na terça-feira que antecedeu o acidente, Luciado relatou que uma borracha do veículo tinha apresentado defeito.

De acordo com ela, o motorista afirmou que o problema era relacionado ao freio do ônibus. “Quando ele falou isso, ele já sabia que aquele ônibus estava com problema”, disse ela.

A mulher também disse que Luciano lutou até o fim para que uma tragédia não ocorresse, mas não conseguiu evitá-la. “Ele batalhou até o fim. Porque ele queria proteger, ele que estava na direção. Ele fez o que não pode e hoje ele chegou junto com esses [os mortos] que foram embora”, desabafou.

Maria das Graças afirmou, por fim, que o que mais queria hoje era estar com o marido vivo. “Infelizmente, final de ano, foi essa tragédia com ele e com muitos entes queridos que estão passando pela mesma dor que eu estou passando. Hoje, infelizmente, ele está no caixão. Não imaginaria de um dia vir acontecer com um ente querido, principalmente, um marido, um companheiro, um pai maravilhoso, um marido maravilhoso".

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