
Familiares de Juliana Marins, jovem que morreu depois de cair na trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia, desistiram de cremar o corpo e vão sepultá-lo caso seja necessário uma nova autópsia.
"Pedimos ao juiz, por meio da defensoria pública, para que a Juliana pudesse ser cremada. Mas o juiz tinha dito não pois é uma morte suspeita, talvez, não sei se o termo é esse. Então ela teria que ser enterrada caso precisasse fazer uma exumação futura", disse Manoel Marins, pai de Juliana.
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O velório era realizado, na manhã desta sexta-feira (4), no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. Segundo a organização, a cerimônia será dividida em dois momentos: das 10h às 12h, o público poderá prestar as últimas homenagens. Das 12h30 até as 15h, o acesso será restrito a familiares e amigos próximos.
Ainda segundo o pai, a defensoria conseguiu autorização para a cremação mas, mesmo assim, a família achou melhor o sepultamento.
"Agora de manhã, quando eu acordei, fui surpreendido com a informação de que a defensoria havia conseguido que ela fosse cremada. Mas já tínhamos decidido mesmo pelo sepultamento. Então ela vai ser sepultada", explicou.
Autópsia no Brasil
O corpo chegou da Indonésia e passou por uma nova autópsia na quarta-feira (2) no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio de Janeiro. A análise começou às 8h30 e durou 2 horas e meia. Um laudo preliminar deve ser entregue em até 7 dias.
Dois peritos da Polícia Civil fizeram o exame, na presença da irmã de Juliana, Mariana Marins, como representante da família, além de um legista federal. Nelson Massini, professor de medicina legal, foi contratado pelos parentes de Juliana para acompanhar.
Mariana agradeceu muito a todos que apoiaram a família e voltou a criticar a demora no resgate: foram quatro dias entre o acidente e a chegada dos socorristas até a brasileira, que tinha 26 anos.
"Eu acredito que ela sofreu muita negligência nesse resgate. Então, a gente vai continuar atrás, né, das providências."
Mariana também falou do alívio de o corpo ter sido achado.
"A gente tinha é medo é que Juliana ficasse desaparecida. Então, apesar de o resgate não ter acontecido no horário no tempo hábil, para a Juliana ter saído com vida. Pelo menos, a gente tá com Juliana de volta no Brasil. É muito importante, eu sei como é importante para todas as famílias quando tem esse desfecho. Quando a pessoa fica desaparecida é muito ruim. né?"
Em busca de respostas
Parentes querem esclarecer dúvidas deixadas pelas autoridades na Indonésia, que não detalharam a hora da morte da brasileira.
“Precisamos saber se a necropsia que ele fez foi bem feita. Me pareceu que o hospital não dispõe de tantos recursos assim”, disse o pai de Juliana, Manoel Marins, em entrevista ao RJ2.
A DPU também enviou um ofício pedindo que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o caso. Segundo a entidade, a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta “baseou-se em autópsia realizada pelas autoridades da Indonésia, mas não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato” da morte.
De acordo com a defensora pública federal Taísa Bittencourt, a realização célere do exame é fundamental para preservar elementos que possam esclarecer os fatos.
“A família necessita de confirmação da data e horário da morte, a fim de apurar se houve omissão na prestação de socorro pelas autoridades indonésias”, explica em petição.